Segundo a mãe do rapaz, Efigênia da Silva Octaviano, 43, ela e o marido, o pedreiro Antônio da Silva, 44, têm se alimentado e vivido no Into todo esse tempo. Em telefonema feito à reportagem, ela denunciou o descaso do governo. “Estamos dormindo em poltronas e recebemos alimentação do hospital”, afirma.
Efigênia diz ainda que desde que o filho recebeu alta eles tentam, sem sucesso, retornar a Cruzeiro do Sul.
“O pessoal do governo só nos enrola. Eles dizem apenas que estão tentando conseguir um avião da FAB, o que é mentira. A FAB já descartou a possibilidade de nos transportar de volta, sob a alegação de que essa tarefa é responsabilidade do Estado”, diz ela.
Outro lado
Contatado pela reportagem, o representante da saúde estadual em Cruzeiro do Sul, Itamar de Sá, afirmou que o translado de Raí e dos pais está sendo negociado entre a Regulação Nacional e o TFD de Rio Branco.
“Estão todos empenhados de forma muito firme, no sentido de resolver essa questão”, assegurou.
Itamar confirma que a FAB se negou a transportar de volta o paciente e os pais até Cruzeiro do Sul. E alega que o caso requer providências que vão além da simples emissão de passagens aéreas.
Como Raí sofreu de um tumor no fêmur e teve de ser amputado, ele precisa ser transladado em uma UTI aérea. “Na última terça-feira estive em Rio Branco para tratar desse assunto e teremos uma reposta a qualquer momento”, disse Itamar de Sá.
Mas enquanto a burocracia estatal não desata os próprios nós, a sobrevivência de Efigênia, Antônio e Raí continuará a depender da boa vontade dos administradores do Into.
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