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No momento, Marcus Alexandre seria o único com chances de vitória da FPA

Por
Nelson Liano Jr.

Vejo vários nomes da FPA sendo colocados no tabuleiro de sucessão do governador Tião Viana (PT), em 2018. Mas entre todos, na minha opinião, só o prefeito da Capital, Marcus Alexandre (PT), seria competitivo. O desgaste de 19 anos de governos do PT é natural. Acho que isso influenciará o eleitor acreano até mais do que o quadro nacional desfavorável ao PT. Nesse sentido, Marcus conseguiu construir a sua imagem de político e gestor além do espectro ideológico. Tal fato ficou provado durante as eleições municipais de 2016 quando obteve uma vitória relativamente fácil apesar da avalanche anti-petista. O prefeito de Rio Branco se elegeu passando ao largo dos petistas acreanos históricos. Tião Viana não apareceu em nenhum dos seus programas de TV, não teve estrela e nem vermelho na campanha. E a população embarcou na canoa votando muito mais no gestor do que no político. Uma possível candidatura futura de Marcus poderá provocar a mesma sensação, ainda que as eleições mudem bastante umas das outras. Mas é o único nome que a FPA tem para tentar continuar o seu “projeto” de poder no Acre.


Respeito não vence
O secretário de segurança Emylson Farias é esforçado. Tem enfrentado uma quase “guerra civil” no Estado com o empoderamento das facções criminosas. Mas não tem estofo eleitoral, mesmo que Tião tente fazer dele o quê fez com Marcus antes de se tornar candidato.


Comparação
Marcus foi colocado a frente de um projeto popular, o Ruas do Povo. Emylson enfrenta uma bandidagem pesada numa guerra que já fez muitas vítimas. Não tem como haver uma guinada nesse jogo tão rápida a ponto de transformar o secretário de segurança num herói popular. Isso é delírio.


Outra questão
A vice-governadora Nazaré Araújo (PT) é uma pessoa preparada para enfrentar qualquer desafio político. No entanto, ainda não é conhecida suficientemente das grandes massas para vencer uma eleição a governadora contra uma oposição que virá forte em 2018, mesmo que com mais de um candidato.


Tem razão
Acho que o senador Jorge Viana (PT) tem razão ao pedir o fim das especulações para a FPA iniciar um processo interno para definir o seu candidato ao Governo. Não vão conseguir tirar um “coelho da cartola” como fizeram no passado. Os tempos são outros e a maré não é favorável ao PT.


Mais um
Entre as opções alternativas de candidatos a governador o melhor nome, na minha avaliação, seria do presidente da ALEAC, Ney Amorim (PT). Mas mesmo assim não teria o mesmo apelo do prefeito Marcus Alexandre. Acho que Ney não toparia deixar de conseguir outro cargo eletivo por uma aventura.


Jogando bem
O senador Gladson Cameli (PP) tem dado provas de maturidade. Apagou o incêndio de uma divisão prematura da oposição. Tem aparecido constantemente ao lado do deputado federal Major Rocha (PSDB) e do senador Sérgio Petecão (PSD). Se Gladson pessoalmente tomar nas mãos as rédeas do processo chegará muito forte em 2018. Tem carisma e simpatia para isso.


Moscas varejeiras
O problema é que com a perspectiva de poder muita gente tem se colado no jovem senador. A maioria só quer se aproveitar do momento para cavar alguma posição privilegiada no futuro. Gladson precisa enxotar as moscas e assumir a sua responsabilidade de comandante da tropa.


O óbvio
Quando Gladson dá a entender que pode até não ser candidato ao Governo começo a ter a certeza que será. Isso é uma estratégia de marketing. O momento de Cameli é agora, nessa eleição. A não ser que algum fato externo atropele o processo.


Alternativas da oposição
Se algum “desastre” impedir uma candidatura de Gladson, acredito que o ex-prefeito Vagner Sales (PMDB) embarcará na disputa. Só não foi candidato em 2014 por razões legais. Mas vontade não falta a Vagner para disputar o Governo, até mais do que o Senado.


Macaco velho
Cobri várias eleições à prefeitura de Cruzeiro do Sul. Vagner é muito bom de campanha. Mas vão dizer que o Acre não é o Juruá. No entanto, tenho certeza que os mesmos procedimentos repetidos em todo o Estado darão os mesmos resultados. Claro que uma disputa ao Governo é mais complicada. Mas não subestimaria a capacidade Vagner numa campanha eleitoral.


Também não vale
Vão dizer ainda que Vagner tinha a sua esposa Antônia Sales (PMDB) de vice na chapa de Márcio Bittar (PSDB) e ainda assim foi derrotada em Cruzeiro do Sul no segundo turno, em 2014. Outra besteira, porque Vagner vinha de uma eleição complicada da filha Jéssica Sales (PMDB) a deputada federal e não acredito que morresse de amores pelo candidato. Então o negócio é diferente.


Profecia para quem acredita
O místico e milagreiro, Irmão José da Cruz, que andou pelo Juruá no final dos anos 60 e começo dos 70 esteve no seringal onde Vagner morava em Porto Walter. Ele previu que o menino um dia iria governar o Estado. Tenho certeza que Vagner acredita nas palavras do Irmão José e mantém isso bem vivo dentro dele.


Esse é natural
Não coloco o deputado Rocha como candidato alternativo porque acho que seria natural disputar o Governo. Tem feito um bom mandato de federal, tem uma base eleitoral nas polícias e como crescer bastante em outros setores da sociedade até 2018. Rocha ser candidato não quer dizer que teria que entrar em “guerra” com Gladson. Seria uma divisão momentânea projetando a união real das forças de oposição num segundo turno.


O ponto da divisão
São vários candidatos ao Senado da oposição e não há como acomodar todos com apenas uma chapa de governador. Por isso, acredito ser natural que se formem diferente grupos políticos oposicionistas para viabilizar as candidaturas ao Senado e também as chapas proporcionais de deputado estadual e federal. É um jogo que começa se desenhar no cenário político acreano. Mas que particularmente vejo que será muito produtivo. As mudanças precisam acontecer, mas que sejam através dos debates de ideias e não pela virulência da destruição de adversários políticos.


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Nelson Liano Jr.

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