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A hora de uma política produtiva para os reais interesses da população

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Nelson Liano Jr.

Os mais recentes acontecimentos da nossa história mostram que temos um sistema político ineficiente e desgastado. Presidentes são “impedidos” no meio da gestão como aconteceu com Collor (PTB) e depois com Dilma (PT). As notícias e processos de corrupção envolvendo os nossos representantes no Congresso Nacional que somados aos mal feitos de prefeitos e governadores dariam um Estádio do Maracanã inteiro de páginas. Não há credibilidade. A classe política está criminalizada diante dos olhos da população. Obviamente que existem exceções, gente que conquista um mandato para cumprir o seu papel. E também não há como simplesmente acabar com a política e dar um passo atrás para se estabelecer algum tipo de ditadura seja militar ou judiciária. O que o Brasil precisa urgente é de uma Reforma do seu sistema político. Por ironia, leio sobre várias reformas em curso, da Previdência, do Sistema Tributário, etc e tal. Mas mais uma vez esqueceram da tão necessária Reforma Política. Essa seria a base para as outras. Claro que quem está no mandato não irá jogar contra o próprio patrimônio. É um cartel organizado para manter tudo como está, principalmente, os privilégios da classe política. Enquanto isso, o povo paga cada vez mais impostos e torna a produtividade do país mais difícil gerando desemprego e escassez de recursos para quem realmente trabalha. Um caminho perigoso que ainda poderá gerar muitos conflitos sociais de consequências imprevisíveis. Para resumir a matemática é simples. Precisamos de uma Reforma Política urgente para termos representantes no Legislativo e Executivo que façam as outras reformas necessárias com credibilidade e apoio popular.


Circo da miséria
A política se torna mais importante quanto mais pobre for o país. A Índia vive o seu momento de eleição. Os métodos são os mesmos do Brasil. Uma gastança enorme em propaganda e promessas feitas em redes de TV que jamais serão cumpridas. Enquanto o povo padece nas suas necessidades básicas.


Por outro lado…
Na Suíça, onde estive em novembro, as pessoas não têm nem ideia de quem é o presidente da República. A votação é feita pelo correio de dois em dois anos, sem nenhum tipo de propaganda massacrante. O presidente eleito é apenas um funcionário público. O escritor Paulo Coelho, que mora em Genebra, me contou que encontrou um dia com a ex-presidente (quando ela ainda estava no cargo), Simonetta Samaruga, descendo de um ônibus. Ela voltava para a sua casa depois de uma reunião sem segurança e nenhum tipo de staff. O sistema político suíço é apenas um adendo da economia que funciona tão bem que ninguém quer saber quem é o presidente, o ministro, o senador, etc.


Já vi esse filme
Enquanto isso, esses dias, conversando com um grupo de jovens estudantes sobre as eleições indianas numa praça em Alahabad, no Estado de Uttah Pradesh, ouvi a seguinte argumentação: “Os políticos aparecem agora para pedir o nosso voto e depois desaparecerão por mais cinco anos”. Quem já não viu a mesma história no Brasil?


O Lula dos indianos
O atual primeiro-ministro da Índia (que é quem realmente governa o país), Narendra Modi, está com a popularidade em alta. Conseguiu implementar mudanças importantes, principalmente, na educação e na distribuição de renda do país. Deverá ter a maioria no Congresso e permanecerá no cargo. Vendo Narendra discursar na TV (ainda que eu não entenda nada de hindi) o estilo é o mesmo do ex-presidente Lula (PT). Carismático, falas longas recheadas de bom humor que fazem a plateia ir ao delírio. A Índia vive um boom econômico com o país transformado num canteiro de obras(assim como nas duas primeiras gestões do PT) e uma melhoria sensível na qualidade de vida da população. Mas a miséria ainda é visível. Resta saber se o alto custo da propaganda eleitoral indiana não trará também problemas no futuro para Modi.


A chave do problema
Portanto, o perigo maior são justamente as campanhas eleitorais caríssimas. Tanto no Brasil quanto na Índia, se manter no poder tem um custo. E quem realmente paga essa despesa? Essa é a equação que não fecha e que pode destruir qualquer projeto de gestão que traga benefícios sociais à população seja da Índia, do Brasil ou qualquer outro país do mundo.


Luz na escuridão
É preciso se encontrar uma maneira para que os debates entre candidatos sejam transparentes. As intenções e propósitos de cada um possam ser entendidos pelos eleitores. Os candidatos precisam ser responsabilizados pelo que falam. Só deveriam prometer o que pode ser cumprido. Não como acontece atualmente com muitos candidatos que são apenas fantoches nas mãos de marqueteiros. Isso porque representam os interesses de grupos econômicos e não daqueles que depositam a confiança em seus nomes através do voto. Representam para o eleitorado durante a campanha como atores aquilo que não são. E depois as coisas continuam da mesma maneira. Um horror!


Questão de Dharma
Na filosofia hindu existe uma palavra que é a chave para quem deseja ter uma vida dedicada aos bons propósitos e a verdade. Dharma significa a ação correta. O auto-entendimento de cada um dos compromissos a serem assumidos durante a existência no corpo físico com a sociedade. Por exemplo, um médico que diagnostica um paciente com dengue não vai receitar uma cirurgia plástica para ganhar mais dinheiro. Um engenheiro terá responsabilidades legais e espirituais se construir um prédio sem os devidos cálculos que garantam a segurança dos seus moradores. Da mesma maneira um político é eleito para representar a população para atender as suas necessidades básicas de saúde, educação, segurança e emprego. Se não trabalhar em benefício de quem o colocou no cargo para representa-lo estará contrariando o dharma e certamente pagará no futuro. Essa história de que político e gente importante não vai para a cadeia no Brasil as várias operações recentes como a Lava Jato, entre outras, mostraram que não é bem assim. Quem não acredita faça uma visita às carceragens de Curitiba e à Bangu, no Rio de Janeiro. Em algum momento quem roubou dinheiro que seria para construir um hospital ou uma escola vai pagar. Seja indo pra cadeia ou perdendo a paz. A sua consciência irá acusá-lo pela morte de pessoas por falta de atendimento, por crianças que se tornarão marginais por não terem escolas. E, podem ter a certeza, esse autojulgamento que vem com o tempo é implacável. Portanto, quem quer ser candidato a qualquer coisa esqueça a vaidade e analise bem se está preparado para assumir a responsabilidade que irá assumir. Para depois não lamentar rangendo os dentes e sendo assaltado por pesadelos em noites intermináveis de trevas…   


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Nelson Liano Jr.

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