Mais uma vez a Rodovia que liga a Rio Branco ao Vale do Juruá ocupou as manchetes dos veículos de comunicação do Acre. Dessa vez com a sua interdição num trecho próximo a Cruzeiro do Sul, na cabeceira da ponte do Igarapé da Cigana. Uma história que se repete. E por quê? Na minha opinião, o problema da construção da BR 364 é a falta de um projeto de engenharia condizente com as condições da região. A rodovia foi sendo feita aos “soquinhos” conforme as necessidades eleitorais de cada momento. Como jornalista foi informado mais de uma centena de vezes de datas imaginárias para a sua inauguração definitiva, o que evidentemente nunca aconteceu. Pelas dificuldades naturais de construir uma rodovia na Amazônia a BR deveria ter sido feita aos poucos e com projetos viáveis para cada um dos seus trechos. Sem falar que o momento político de “vacas gordas” durante os dois governos do Lula (PT) e do primeiro da Dilma (PT) facilitaram a “gastança”. Muito dinheiro deve ter sido canalizado para campanhas. Na realidade fizeram uma construção empírica sem um projeto comprovadamente eficiente. O forte apelo eleitoral gerado pela necessidade de integração econômica e social do povo acreano atropelou o processo técnico. O preço a pagar será esse eterno tapa um buraco aqui enquanto outro se abre ali.
Solução
Não adianta um ficar apontando o dedo para a cara do outro. Os políticos acreanos de todas s tendências precisam sentar e decidir o que fazer para se chegar a um desfecho positivo. Encontrar alguma alternativa para ainda utilizar os recursos que foram gastos e deram certo, como as grandes pontes construídas ao longo do 653 quilômetro da BR 364.
Que os culpados paguem a conta
Outra questão: é preciso fazer um levantamento detalhado do destino dos recursos investidos na BR 364. Dizem que passam de dois bilhões de reais. Quem gastou de maneira errada deve ser responsabilizado e pagar a conta. Simples assim…
Uma coisa não viabiliza outra
Também não se pode parar o processo de manutenção da BR por conta de erros do passado. Isso fica para a Justiça. Os atuais políticos com mandato precisam debater, com uma assistência técnica qualificada, uma saída para a rodovia se tornar transitável. E melhor isso acontecer em 2017 porque o próximo ano é de eleições e aí as coisas voltarão a ser feitas de afogadilho para garantir votos. Agora, por outra turma.
The end
Resumindo: está na hora de aparecer um roteirista e um diretor para colocarem um fim nesse drama da construção da BR 364. Não adianta mais ficar encontrando paliativos que se desmancham no ar na primeira chuva forte.
Preparem-se para outro drama
Recebo uma notificação do TRE-AC que os eleitores de Cruzeiro do Sul terão que fazer o cadastramento biométrico para votarem nas próximas eleições. Nunca entendi essa história da biometria. Na prática, pelo que pude observar na Capital, as filas aumentam e a votação dura muito mais. Mas não seria para facilitar?
Fraudes sempre existirão
Teoricamente a biometria é para evitar que um eleitor não vote pelo outro. Mas podem esperar que os “espertos” arrumarão alguma maneira de burlar a vigilância. É lamentável que o processo eleitoral no Brasil esteja tão contaminado. E sobre a compra de votos? Esse, na minha opinião, é o maior problema das nossas eleições.
Chuva de candidatos ao Senado
Por falar nas eleições de 2018 a cada dia surge um novo pretendente para disputar o Senado pelo Acre. Tem alguns sem nenhuma ligação concreta com o Estado que querem simplesmente usar o Estado para viabilizarem os seus próprios negócios pessoais. Querem os nomes? Não é preciso. Vejam o currículo de cada pretendente e quanto já ajudaram verdadeiramente o Estado.
Perigo na curva
O problema maior para essa enxurrada de pretendentes ao Senado é para a oposição. Não há como com apenas uma candidatura ao Governo encaixar todos numa única chapa. Isso ainda vai dar muita confusão e brigas que poderão gerar novas candidaturas a governador em 2018.
Comprando o futuro
Alguns nomes colocados para o Senado virão aqui com um “saco de dinheiro” tentando comprar os votos dos acreanos. Tentarão levar o mandato, que por ser de oito anos, valerá o investimento. Afinal, não são só as vantagens pessoais de ser senador, mas os lobbys possíveis que a posição permite.
Tiro pela culatra
Nesses anos cobrindo política no Acre já vi várias tentativas de forasteiros tentando se dar bem por aqui. Nenhum conseguiu vencer eleições a cargos importantes. Esperem para ver. Acham que os eleitores acreanos são otários.
Qualificação é fundamental
O Senado é a Casa Legislativa mais importante da Nação. Não pode ser um lugar para aventureiros. É preciso ter experiência política, conhecimento da realidade social do Estado e disposição para trabalhar pela população. Sem esses atributos o candidato não estará qualificado. Acredito que os eleitores saberão bem discernir o joio do trigo. E muitos desses aventureiros jogarão pérolas aos porcos.
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