O puxa-saquismo é um dos maiores males da política do Acre

Parece que bem poucos políticos quiseram seguir o conselho do ex-presidente norte-americano, Barack Obama. “Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto de você pessoas que te avisem quando você erra”. Os prefeitos que recém assumiram o comando dos municípios acreanos deveriam prestar atenção nesse conselho. Afinal, estamos vivendo um tempo da mentira e do medo. Ninguém quer arriscar o pescoço falando a verdade para quem lhe concedeu um cargo de confiança por medo de perder a “boquinha”. Mas aquele que tem a responsabilidade da gestão acaba cometendo erros com graves consequências à população e a ele próprio por conta da embriaguez da bajulação. Esse clima de puxa-saquismo se espalhou no Acre. No atual do Governo do Estado parece que bem poucos têm a coragem de confrontar a “verdade” com o governador Tião Viana (PT). Não é um Governo popular, na minha opinião. Se não acreditam contratem um instituto de pesquisa sério e vejam o nível de aprovação. Aliás, faz mais de dois anos que não vejo pesquisa de desempenho do Governo. Ou será que elas acontecem e não estão sendo divulgadas? Enquanto isso, aqueles mesmo que puxam o saco dos governantes são os que fornecem as informações depreciativas em off para a imprensa não comprometida. Elogiam na frente, mas falam muito mal pelas costas, quem sabe já antevendo a permanência no poder no caso de uma mudança de grupo político no Acre. Agora, o pior é que quem pode significar a mudança no Estado também vive cercado de muitos bajuladores oportunistas que omitem a verdade. O senador Gladson Cameli (PP) precisa se cuidar com isso. Não existem só flores no seu caminho para chegar ao Governo. Tem muitas armadilhas que se não forem desmontadas terão consequências terríveis. E quem quer trocar seis por meia dúzia? Tirar uma “tropa” para entrar outra? Enquanto isso a população fica à mercê de um populismo mentiroso forjado na mídia paga que não resolve os principais problemas do Estado.

A fumaça e o fogo
Esse dias eu acompanhava um debate num grupo de rede social de oposição e o “pau cantava” contra o Gladson. Pelo que os militantes estavam postando não será tão simples assim unir a oposição. Ficaram muitas mágoas ainda das eleições de 2016. Arestas mal aparadas que virão à tona nas articulações para indicar o próximo candidato a governador de oposição.

O mar não está para peixe
Com sinceridade não tenho nada contra o governador Tião Viana e os seus assessores fazerem uma viagem aos Estados Unidos. Mas escolheram o momento errado. Quem pode negar a matança que está acontecendo no então pacto Acre? Muitos fornecedores sem receber, descontentamento em várias categorias de servidores que podem resultar em greve. Enquanto estão vendo exatamente o quê nos States?

Conversa pra boi dormir
Ainda não vi o resultado da industrialização do Estado. Será que dá para mostrar os números? O Dom Porquito e o Peixe da Amazônia acabaram com o desemprego no Acre? Os jovens estão tendo mais oportunidades? Ou estão sendo presas fáceis às facções criminosas relacionadas ao tráfico de drogas? E depois abatidos como gado? Procurem a resposta verdadeira a essas perguntas e mudem urgente o rumo das coisas.

Vida real
O que sei é que há muito dinheiro público envolvido nesses “empreendimentos” supostamente públicos-privados. E o desemprego continua a ser uma chaga aberta para a nova geração de acreanos. Houve melhoras? Sim, no que diz respeito a maiores oportunidades educacionais com UFAC, IFAC e as bolsas e financiamentos para faculdades particulares. Mas quanto aos empregos tenho muitas dúvidas.

A hora do medo
Só um registro. Outro dia conversando com um taxista em Rio Branco ele me disse que não atendia chamadas na Cidade do Povo depois das 20hs. Tinha medo de passar nas ruas. Problemas de criminalidade todas as capitais têm. Mas esse projeto habitacional é um repetição de erros cometidos em outros lugares. Um exemplo, a Cidade de Deus no Rio de Janeiro, Recanto das Emas no DF e, por aí vai. Não é prudente juntar num só lugar uma quantidade de pessoas com problemas sociais. Com certeza existem outros caminhos…

Feijão com arroz
Já escrevi, mas vou escrever de novo. O atual Governo deveria urgente se preocupar mais com o dia-a-dia do Estado. Remédios e profissionais nas unidades de saúde. Melhoria na segurança pública com ações efetivas. Maior monitoramento na educação que sempre foi o carro chefe das gestões petistas e por aí vai…

O calcanhar de Aquiles
Até mesmo por ter falado dessa doença do puxa-saquismo que cobrindo diariamente a ALEAC vejo os deputados da base governista aprovando projetos absurdos. Quem quer perder seus cargos políticos na estrutura? Então tudo bem podem mandar qualquer coisa que os digníssimos parlamentares aprovarão.

Chega de ódio
Outra coisa, quem está governando não pode se dar ao luxo de fomentar a discórdia. Esse radicalismo político entre o PT e seus aliados e a oposição tem horas que extrapola o bom senso. E a conta dessa “loucura” é paga pela população. O bem estar partidário está a frente dos interesses do povo.

Um nome na manga
Mesmo com o deputado federal Major Rocha (PSDB) projetando o seu futuro político para a disputa do Senado ou da reeleição nos bastidores a coisa é diferente. Haverá sim uma pressão para que o tucano dispute o Governo do Estado.

Nada demais
Numa análise fria da política acreana do momento os nomes que podem se apresentar com naturalidade ao Governo são: Gladson Cameli, Major Rocha, prefeito Marcus Alexandre (PT) e deputado Ney Amorim (PT). Na minha opinião, Gladson e Marcus são os mais fortes no momento. Mas os outros teriam como viabilizar suas candidaturas.

Toque positivo
Chato escrever sobre esse desmazelo político todo. Mas quero registrar que tenho ouvido muitas coisas positivas sobre a gestão do reitor da UFAC, Minoru Kimpara. Cabra discreto, fazendo sem muito alarde. Tanto professores quanto alunos quando pergunto sobre o atual momento da UFAC derramam elogios.