O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município do Jordão é de fato um dos mais baixos do país. Isso o prefeito reeleito Élson Farias (PC do B) admite. “Quando entrei na gestão nós analisamos aquilo que fazia o nosso IDH ser baixo e fizemos várias mudanças para elevar o IDH. Tenho certeza que atualmente o nosso IDH não é o pior do Estado e nem o segundo pior. Implantamos o programa Nascer Saudável para que as mulheres tivessem o acesso ao pré-natal. Também o programa Viver Bem faz com que as pessoas tenham acesso às academias para melhorarem fisicamente e ficarem mais saudáveis. Melhoramos muito a nossa educação municipal construindo e reformando escolas na nossa zona rural. Implantamos várias políticas públicas para melhorar o nosso IDH,” defendeu-se o prefeito.
Nenhum processo
Élson Farias por telefone me falou sobre o momento do município em que se reelegeu para comandar por mais quatro anos. “Quero esclarecer que não temos nenhuma condenação nos tribunais de Conta do Estado e da União e também não respondemos processos no Ministério Público. A gente ainda não teve nenhum tipo de prestações de contas rejeitadas,” garantiu.
Caminho abertos
Um outro destaque feito por Élson é que a prefeitura do Jordão está adimplente, ao contrário da maioria das outras acreanas. “Estamos recebendo verbas federais normalmente. Não temos nenhuma pendência no nosso CALC,” explicou.
O problema do “isolamento”
Indaguei ao prefeito do Jordão sobre a gestão num município isolado por ligação terrestre (estradas). Ele respondeu: “Um dos principais problemas da nossa gestão é a localização do Jordão que fica muito distante da Capital. A nossa comunicação é lenta, mas conseguimos avanços importantes com a internet 3G, mas que ainda não atende toda a nossa demanda.
O caso do vice
Houve também denúncias de que o vice-prefeito do Jordão estaria envolvido em irregularidades. “Dois advogados da região entraram com uma denúncia de que ele recebeu salários como secretário e professor. Acredito que não. A própria prefeitura está investigando para saber se isso aconteceu, mas até agora não tem nada que comprove. Mas se houver alguma irregularidade iremos tomar as medidas cabíveis,” afirmou Élson.
Fora da rota da corrupção no Acre
Mas o que mais magoou Élson foram comentários de que o Jordão estaria no mesmo nível de municípios que tiveram os seus gestores presos no ano passado. “Quero deixar claro que o nosso município não está na rota da corrupção. Como um município é corrupto, se eu participei de uma audiência do Conselho Federal de Administração e fomos escolhidos como o município que melhor gastou o dinheiro público no Acre? Hoje se você for ao Tribunal de Contas poderá constatar que somos o terceiro melhor município com o Portal de Transparência. Não tem como a gente estar nessa rota da corrupção. O Município pode ter um IDH muito baixo, mas dizer que somos corruptos e que estamos no mesmo grupo dos prefeitos que foram presos acho eu discordo e quero o meu direito de defesa,” protestou.
A velha polêmica do IDH
Existem muitas polêmicas nos critérios para se medir o IDH. Principalmente quando se tratam de localidades isoladas, como é o caso do Jordão, os padrões são os mesmo utilizados numa cidade do Centro Sul. Evidentemente que as peculiaridades de um município da Amazônia não são levadas em conta. Por exemplo, pode não ter o número requerido de obstetras para um parto, mas existem as parteiras. Quem vai questionar a eficiência dessas parteiras? Milhares de crianças no Estado nasceram através delas. O tratamento de água é outra questão. No interior de um município amazônico as águas não são tratadas quimicamente dentro do padrão. Mas como questionar a pureza das fontes naturais da Floresta? Aldeias indígenas e vilas muitas vezes bebem águas da natureza que são mais puras do que as tratadas. Então realmente utilizar os mesmos critérios para medir o IDH de um município do interior de São Paulo com um isolado no meio da selva amazônica beira o absurdo.