Parece que não aprendem a lição. Faltando ainda um ano e meio para começar a campanha de 2018 membros da oposição já estão “rosnando” um pros outros por conta da disputa do Senado. Não tem lógica isso. Ainda que eu entenda que existam muitas mágoas deixadas por eleições passadas, mas antecipar assim a formação das chapas majoritárias só traz desgastes desnecessários. O pessoal dos partidos de oposição precisa criar um projeto para o Acre. Iniciar debates sobre a vida social e política do Estado (nessa ordem) para depois indicar os nomes de quem vai concorrer às duas vagas de representantes do Acre no Senado. E essas indicações devem ser feitas no momento certo. Levar em conta quem estará com uma imagem melhor junto à opinião pública. Como a política brasileira muda a cada segundo não adianta tanta antecipação. Quem estiver bem hoje pode não estar tão bem assim amanhã. Então para quê envenenar relações entre partidos e personagens que poderão ser aliados na próxima eleição? A questão não é nem só a união, mas a necessidade de um projeto que transmita credibilidade à população acreana. Sem essas premissas mesmo com todo o desgaste que o PT sofreu nos últimos tempos a oposição corre o risco de acumular mais uma derrota para si mesma.
Ajuste
O PSDB e o PMDB precisam se entender. São os dois maiores partidos nacionais e a união entre eles no Acre é essencial para qualquer projeto político de oposição. Se mais uma vez saírem “rachados” enfraquecem as possibilidades de vitória em 2018.
Fogo “amigo”
O PSDB não apoiou as candidaturas mais fortes do PMDB nos dois maiores municípios acreanos nas eleições municipais em 2016. O deputado federal Major Rocha (PSDB) bateu pé com a candidatura de Henrique Afonso (PSDB) em Cruzeiro do Sul e apoiou o grupo de Antônia Lúcia (PR) em Rio Branco. Isso foi um erro. Mas se não superarem o que já passou mais problemas surgirão à próxima eleição.
Falta de diálogo
Não sei porque os partidos de oposição não começam as reuniões para debater o quadro estadual com antecedência. Sem precisar colocar nomes na mesa. Precisam esclarecer uns pros outros os seus propósitos para depois indicar candidatos.
Rede de fofocas
Através das redes sociais o “pau canta”. O interessante é que alguns membros da oposição que nunca tiveram votos para se elegerem a nada são os que mais fazem confusão. Essas pseudolideranças são construídas na tora, na base da fofoca e maledicência. Mais desgaste desnecessário.
O pomo da discórdia
Se surgirem mais de duas candidaturas ao Senado da oposição terá que ter também mais de um candidato ao Governo. Se essa questão não for resolvida com inteligência o “racha” irá contaminar todas as candidaturas majoritárias oposicionistas. Tão simples como isso.
Sinal de pretensão
O ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB), manteve um alto volume de propaganda da sua gestão nos três últimos dias antes de passar a faixa para Ilderlei Cordeiro (PMDB). Obviamente isso mostra que tem pretensões a uma candidatura em 2018. Para a imprensa local disse que só topa se for ao Senado ou ao Governo.
Fazendo caminhos
Por outro lado, o Major Rocha vai andar o Estado inteiro durante o recesso parlamentar. O seu rival tucano Márcio Bittar (PSDB) também estará visitando aliados durante os primeiros meses do ano. Os dois vão disputar a indicação da cadeira do Senado pelo PSDB. Se não se entenderem o desgaste será grande para ambos.
Dois bicudos não se beijam
Aliás, não sei porque ainda não foi resolvida essa divergência entre Bittar e Rocha. Eles são adversários declarados convivendo dentro da mesma legenda. Isso contamina o partido. Acho que está na hora de cada um seguir o seu caminho. Chegar a um entendimento não acredito.
Mágoas ao vento
Rocha e Bittar começaram a se desentender ainda na eleição de 2014. Depois disso vários acontecimentos só pioraram as relações entre os dois. Obviamente que com um mandato de deputado federal Rocha não vai sair do PSDB. Então chegou a hora de Bittar procurar o seu rumo.
Plano B
Bittar tem a sua esposa, Márcia Bittar, como presidente do Solidariedade no Acre. Se negarem vaga para a disputa ao Senado poderá ter outra legenda. Então não tem essa de fazer pesquisa para ver quem vai estar melhor na opinião pública. Acredito que Bittar será candidato em qualquer circunstância.
Silencioso
O deputado federal Flaviano Melo (PMDB) com a sua experiência não entrará em “bola dividida”. Está lá tranquilo esperando os acontecimentos. Pode ser candidato ao senado ou mesmo vice de Gladson Cameli (PP). É de Rio Branco e poderia ser um toque de experiência para a chapa majoritária da oposição.
Questão de lógica
Não sei se o Flaviano toparia ser candidato a vice. Mas ele já foi prefeito da Capital, senador, governador do Estado e três vezes deputado federal. Conhece bem a gestão, os caminhos políticos de Brasília e tem voto. Na minha opinião, é um nome a ser considerado por Gladson Cameli.
Candidato natural
O senador Sérgio Petecão (PSD) irá para a disputa da reeleição. É um direito adquirido por estar exercendo o mandato. Se saiu bem com o PSD nas eleições municipais e faz política 24 horas por dia. Não há lógica ser tirado da chapa majoritária da oposição.
Correndo por fora
Bocalom (DEM) terá que cavar um espaço para poder ser candidato ao Senado. Mas se acontecer a famigerada união das oposições no Acre acho difícil a sua candidatura. Pela lógica o PMDB, PSDB e o PSD seriam os partidos com mais chances de indicarem as vagas majoritárias. Resta saber se Bocalom topará ver a “banda passar” como aconteceu em 2016.
Política é diálogo
Volto a insistir que se a oposição pretende ter um desempenho melhor nas eleições de 2018 precisa conversar mais. Não tem nada ganho. A FPA ainda tem nomes tanto para o Governo quanto para o Senado bastante competitivos. Um outro fator a se considerar é que daqui há dois anos o Governo Temer (PMDB) também sofrerá desgastes. As medidas econômicas amargas que estão sendo tomadas terão consequências junto a opinião pública. O quadro atual não será o mesmo em 2018. Ainda mais com a política super aquecida com mudanças a cada minuto. Sem um projeto bem amarrado e um clima de harmonia entre os seus membros a oposição poderá perder para si própria outra vez. Ou será que não aprenderam a lição das eleições em Rio Branco de 2016?
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