O ac24horas fez um levantamento sobre as despesas de cada um dos três senadores da República para o país em 2016. E publicará em breve as mesmas informações sobre os deputados federais.
A intenção é conscientizar o eleitor sobre o custo de cada parlamentar federal, e da importância de eleger pessoas cuja trajetória de vida, currículo profissional e capacidade política sejam compatíveis com os valores cobrados dos contribuintes.
Congresso Nacional
Em 2016, a despesa total do Congresso Nacional para os brasileiros foi equivalente a 1,1 milhão de reais por hora, segundo levantamento da ONG Transparência Brasil. Ou 26,4 milhões de reais por dia. Os valores gastos pelos deputados e senadores não arrefeceram nem mesmo diante da crise econômica, que extinguiu mais de 12 milhões de empregos, achatou salários e corroeu o poder de compra dos trabalhadores.
Com um orçamento um pouco mais modesto que o da Câmara dos Deputados, o Senado Federal custou, em 2016, 3,9 bilhões de reais aos cofres públicos. Despesas com pessoal e encargos sociais consumiram a maior parte desses recursos: 84%, ou 3,3 bilhões de reais.
As despesas correntes ficaram em 553,3 milhões de reais, além de 62,2 milhões de reais para investimentos.
Juntos, os senadores acreanos Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PSD) e Gladson Cameli (PP) somaram, no ano passado, uma despesa média de 20,4 milhões de reais. Ou 1,7 milhão de reais por mês. Cada um deles totalizou 569,2 mil reais mensais em despesas aos cofres da Nação.
O alto custo dos senadores brasileiros tem como explicação o excesso de mordomias oferecidas aos ocupantes dos 81 cargos existentes. Um deles é o “auxílio-moradia”, cujo valor foi estabelecido em 5,5 mil reais por mês no ano passado. Gladson Cameli, Jorge Viana e Sérgio Petecão residem em apartamentos funcionais do Senado, e por isso não têm direito à verba.
Em relação à chamada “cota para exercício da atividade parlamentar” – que inclui despesas com aluguel de imóveis para escritório político, aquisição de material de consumo, locomoção, hospedagem, alimentação, combustíveis e divulgação, entre outros – os três senadores a utilizam conforme as necessidades que alegam no momento de pedir ressarcimento à Mesa Diretora.
Gladson lidera a lista, com um total de 619 mil reais gastos em 2016. Em segundo vem Jorge Viana, com 448 mil reais. E finalmente Petecão, com 399 mil.
Gladson também é o senador que dispõe do maior número de servidores: são 41 no total, sendo 35 comissionados e seis do quadro efetivo do Senado. Petecão vem em seguida, também com 35 comissionados e dois efetivos. Já Jorge Viana só trabalha com pessoal comissionado: 24 no total. Esses números incluem tanto os que estão à disposição dos senadores em Brasília, quanto os que atuam em escritórios no Acre.
No quesito aluguel de imóvel para funcionamento de escritório político, Jorge Viana lidera a lista de gastos, com mais de 78 mil reais pagos em 2016. Em seguida vem Sérgio Petecão, com 50,8 mil. E afinal Gladson Cameli, com 19,7 mil. Detalhe: os três senadores mantêm seus escritórios em Rio Branco.
Mas quando o assunto é “ressarcimento de passagem aérea”, Gladson novamente lidera, com despesas que totalizam mais de 109 mil reais em 2016 – teto muito acima dos R$ 12,4 mil de Petecão e R$ 10,2 mil de Jorge Viana.
E se o tema for “aquisição de material de consumo”, Jorge é o único a gastar: 32,3 mil reais em 2016.
O senador petista também é o único a acumular o vencimento de parlamentar, no valor de R$ 33.763, à pensão vitalícia que recebe como ex-governador. Isso faz dele, como recém-noticiado pelo jornal O Globo, um dos dez maiores salários do Senado da República.
Todos os 81 senadores têm à disposição, também, a assinatura de cinco publicações, entre jornais e revistas. O site do Senado não informa detalhes desses serviços para cada um dos senadores.
Patrimônio e desempenho parlamentar
Segundo o site excelencias.org.br, em 2010 o patrimônio do senador Jorge Viana foi avaliado em 2,9 milhões de reais. Ele é o mais rico entre os três senadores acreanos. Em seguida aparece Gladson Cameli (informações prestadas no ano de sua eleição, 2014), com patrimônio declarado à Justiça Eleitoral de 514 mil reais, seguido por Sérgio Petecão, com 359 mil.
Ligado à ONG Transparência Brasil, o excelencias.org também faz o levantamento das atividades parlamentares dos senadores da República.
Gladson é o que mais falta às sessões, independente das justificativas: apresenta média de 18,2% de ausência. Em seguida vem Jorge Viana, com 7,1%. E finalmente Petecão, com 6,3%.
No quesito “matérias irrelevantes” apresentadas em plenário, Jorge Viana lidera com 25%, contra 0% de Petecão. O levantamento do site ainda não computou a relevância das propostas apresentadas por Gladson Cameli.
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