Sessenta presos morreram na rebelião do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, no Amazonas, informou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes. O motim durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional do Amazonas”.
Os mortos são integrantes de uma facção criminosa e estavam presos por estupro, segundo Fontes. Também houve fugas de presos, mas o total não foi informado oficialmente. A OAB-AM chegou a dizer ao G1 que mais de 130 estão foragidos. O complexo penitenciário fica no km 8 da BR 174, que liga Manaus a Boa Vista.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, Epitácio Almeida, afirmou que os presos liberaram os sete reféns que ainda estavam na unidade prisional.
Segundo informações repassadas por Almeida, que está no local, os presos entregaram as armas e se renderam às 8h40 (horário de Manaus) desta segunda-feira (2).
Em nota, o Ministério da Justiça e Cidadania informou que o ministro Alexandre de Moraes manteve contato com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, e colocou-se à disposição para ajudar.
O governador disse ao ministro, segundo a nota, que vai usar os R$ 44,7 milhões que recebeu de repasse do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) na última quinta-feira, 29 de dezembro.
Entenda o caso
O motim começou na tarde do domingo (1º). Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), trata-se de uma possível briga entre facções. Há informação de que houve fuga de detentos, mas o número não foi divulgado.
A movimentação no presídio começou ainda no início da tarde de domingo. De acordo com informações da SSP, os corpos de seis pessoas – ainda não identificadas – foram jogados para fora do presídio, sem as cabeças.
Até 20h50 (22h50 no horário de Brasília), a SSP-AM afirma que 12 agentes carcerários foram mantidos reféns. Outros funcionários que estavam na unidade prisional conseguiram escapar. Presos também foram feitos reféns, mas não há precisão em números.
Dezenas de pessoas foram para a porta do presídio aguardar informações de parentes presos. Alguns familiares também compareceram à sede do Instituto Médico Legal (IML), na Zona Norte de Manaus, para buscar novidades. Entretanto, a entrada de parentes e de jornalistas no local foi proibida.