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Brigas políticas colocam a saúde pública em risco no Acre

Por
Nelson Liano Jr.

Estive esses dias no Vale do Juruá. A situação com a malária é desesperadora. Andando por Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves é difícil encontrar alguém que ou tenha contraído a doença ou tenha alguém da família infectada. Para piorar a situação a estrutura das Endemias, gerida pelo Governo do Estado, é a pior possível com a falta de manutenção dos veículos que fazem o fumacê e de remédios para tratar os pacientes. Os funcionários descontentes. Um desmazelo total. Andei pela Aldeia dos Puyanawas do Barão, em Mâncio Lima, e me disseram que o produto para matar as capanãs veio vencido e, portanto, sem eficácia.  Por outro lado, o Governo do PT culpa o Ministério da Saúde, do presidente Temer (PMDB), pela falta de um dos medicamentos para tratar a malária. Enquanto, o Ministério da Saúde, informou ao senador Gladson Cameli (PP) que houve descontinuidade nas ações de combate por parte da gestão petista. Enquanto brigam num palanque político a população sofre com a epidemia que já pode ser comparada com a de 2006, na região. Tudo errado. E a culpa disso é o excesso de politização de uma área que cuida da vida das pessoas. Se o Ministério da Saúde está falhando que o governador Tião Viana (PT) converse com os parlamentares de oposição no Acre que apoiam o atual Governo Federal para solucionar o problema. Coloque dinheiro do Estado para comprar o que falta e depois cobre das instância federais. Mas pelas Terras de Galvez não há mais diálogo. A política virou uma guerra de egos e vaidades com objetivos meramente eleitorais. O que importa não é mais o bem estar das pessoas que vivem, trabalham e pagam seus impostos no Acre, mas quem vai ganhar a próxima eleição. Um verdadeiro pesadelo.


Hospital em risco
Uma fonte fidedigna me informou que o Hospital Regional do Juruá tem anestesia somente para emergências. As cirurgias eletivas foram canceladas. A instituição deve milhões para os fornecedores que não querem mais vender os medicamentos ao Estado do Acre. Além disso, faltam também várias outros itens importantes na farmácia do hospital. Momento difícil para um Hospital que já foi uma referência positiva no atendimento da saúde pública do Juruá.


Lembrando das brigas
No ano passado teve um “quebra pau” político entre a prefeitura de Cruzeiro do Sul do PMDB e o Governo do PT por causa de um surto de dengue no município. A coisa foi parar na ALEAC com um debate midiático entre o ex-prefeito Vagner Sales (PMDB) e o representante do Governo Itamar de Sá (PT). Antes de brigarem deveriam ter dialogado e resolvido a situação. Saúde Pública não pode servir de palanque eleitoral para ninguém. Isso é desumano.


Prioridade
A saúde pública num Estado pobre é fundamental para todos. Tem que ser prioridade para municípios e governos Estadual e Federal. Esse jogo de um culpar o outro é danoso. Quem sofre é a população que fica vendo os “bacanas” apontando o dedo uns para os outros e quando eles têm algum problema de saúde na família pegam imediatamente um avião para se tratarem fora do Estado.


Entre quatro paredes
Também fico assistindo vários municípios do Acre inaugurando postos e mais postos de saúde. A maioria deles são apenas construções vazias. Faltam médicos, enfermeiros, equipamentos e remédios. Paredes não resolvem os problemas de saúde de ninguém. Mas como obra sempre é bom para se fazer caixa de campanha eleitoral…


Riqueza repentina
Queria que alguém me mostrasse a fórmula de um secretário ou secretária de um município do Juruá que ganha em torno de R$ 5 mil por mês construir mansões para morar. E isso não é apenas um caso não e nem apenas em um município. Se o Ministério Público quiser rastrear o dinheiro público desviado desses municípios é só fazer o levantamento da origem dessas mansões de secretários e secretárias. Propriedades em nomes próprios ou de terceiros.


Futuro “incerto”
Tem pelo menos dois novos prefeitos no Juruá que pretendem fazer auditorias profundas nas contas da prefeituras de Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo. Vão passar um “pente fino” nas finanças dos ex-gestores. Isso sempre é muito temerário. Ou não? Bem, quem não deve não teme.


Destino cruel
Fico vendo pessoas despreparadas desejarem ser prefeitos para garantir o futuro pessoal e da família. Alguns ultrapassam o limite e enquanto o município fica a mingua conseguem enriquecer em quatro ou oito anos. Mas nos tempos atuais muitos que usufruíram das benesses do poder perderão o sono brevemente e, possivelmente, irão se aposentar na cadeia.


Rédea Curta
A prefeita Marilete Vitorino (PSD) poderá ter muitos sobressaltos na sua gestão com a Câmara Municipal dominada pela oposição. O presidente da Casa será o vereador Carlos Tadeu (PC do B), sobrinho do ex-vice Batista (PC do B) e primo deputado estadual Jenilson Leite (PC do B).


Maioria antagônica
Dos onze vereadores da Câmara Municipal de Tarauacá sete são da FPA e quatro dos partidos aliados de Marilete. Claro que tem sempre aqueles que se vendem rapidamente por algumas vantagens. Mas no momento a situação para Marilete não é nada confortável.


Isolamento
Não são apenas as péssimas condições de trafego da BR 364 que isolam o Vale do Juruá do resto do país. Os sinais de celulares e internet estão caindo na região numa frequência diária. Alguns dias até duas ou três vezes os telefones ficam mudos.


Escuridão
Também a falta de energia no Juruá é uma constante. Sem falar na queima de equipamentos com as oscilações. A EletroNorte precisa tomar providências urgentes para diminuir os “apagões” na região que já tem problemas demais.


Uma luz no fim do túnel
Quero desejar aos leitores da coluna um 2017 iluminado com muita paz, amor, saúde e prosperidade. Apesar de várias previsões pessimistas para o ano que começa eu sou otimista. Acredito que até junho as turbulências políticas do país devem ser acalmar com um desfecho definitivo. E mudando o cenário político a tendência é a economia se reaquecer. Teremos ainda problemas e sobressaltos nos primeiros seis meses, mas a bonança deverá vir até o final de 2017. Mesmo porque não dá mais para exaurir a população com essa crise que parece não acabar nunca. Esperança não pode faltar para a luz da nossa Nação brilhar.


 


 


 


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Nelson Liano Jr.

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