Fornecer agentes de portaria para o governo do Estado é um negócio da China. Em 2016, apesar da crise econômica, a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom) torrou R$ 384.479,29 com o serviço. O gasto poderia ser suprimido caso houvesse interesse em destinar a esses postos servidores do quadro efetivo do governo.
Até setembro deste ano, a empresa responsável pela prestação do serviço era a JWC Multisserviços Ltda. A partir de outubro, a Secom fechou negócio com a Master Serviços Eireli.
De janeiro a outubro, a JWC recebeu do governo mais de R$ 287 mil pelo fornecimento de agentes de portaria para os órgãos do Sistema Público de Comunicação. E entre outubro e dezembro, a Master faturou mais de R$ 97 mil com o mesmo serviço.
Procurada, a secretária de Comunicação do governo, Andréa Zílio, não atendeu ao telefone. O coordenador de imprensa da Secom, Andrey Santana, prometeu tentar contato com ela, mas até o fechamento da matéria, na manhã desta quinta-feira, 29, ainda não havia retornado a ligação.
Seis por meia dúzia
Em agosto, em matéria sobre os gastos da mídia oficial, comparados ao orçamento da Polícia Militar do Estado, a reportagem descobriu que a JWC Multisserviços tinha como atividade econômica principal a “limpeza em prédios e em domicílios”. Naquela ocasião, porém, foi informado que ela atendia apenas secretarias do governo.
Consultada à época, Zílio afirmou que a prestação de serviços de agentes de portaria atenderia nove unidades existentes no Estado.
Ela ressaltou ainda que o contrato de serviço se encerraria em outubro, e que não haveria renovação. Mas não houve economia de gastos: no lugar da JWC Multisserviços entrou a Master Serviços Eireli.