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Pacientes do TFD no Juruá reclamam da demora em conseguir tratamento médico

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Archibaldo Antunes
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O TFD (Tratamento Fora de Domicílio) na região do Juruá é alvo de inúmeras reclamações na cidade de Cruzeiro do Sul, graças principalmente à demora em atender os pacientes. Há casos de pessoas que ficam até dois anos na fila de espera. A contenção de despesas, em decorrência da crise econômica, levou o órgão a cortar recursos destinados a passagens aéreas. O resultado é que muitos estavam embarcando para a capital acreana a bordo dos ônibus que fazem o trajeto.


Aldemir precisa de tratamento urgente, mas teme que o TFD atrase sua ida à capital

Aldemir Silva Dantas, de 50 anos, foi diagnosticado há alguns meses com câncer de próstata. Seu caso requer tratamento de urgência, não disponibilizado na cidade. No dia 8 de novembro, Aldemir procurou o TFD, e apesar de ter recorrido ao Ministério Público Estadual, ele ainda aguarda a liberação das passagens e a confirmação de disponibilidade de um leito no Hospital das Clínicas. Depois de várias idas à sede do órgão, Aldemir foi informado que os urologistas em Rio Branco estariam em férias, o que adiaria a viagem para janeiro de 2017.


É a segunda vez que ele recorre ao TFD. Na primeira, teve de esperar cerca de 12 meses até ser atendido. Essa perspectiva tem lhe tirado o sono. “Estou há vários dias sem conseguir dormir direito”, disse à reportagem do ac24horas.

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Outro paciente, este encontrado na sede do TFD em Cruzeiro do Sul, pediu para não ser identificado – ele teme que isso possa atrasar ainda mais o tratamento que precisa para uma hérnia de disco. Há mais de um ano na lista dos “embarcáveis”, ele conta que o seu problema de saúde tem se agravado, sem que o órgão acene com uma solução.


Raimunda Martins ficou dois anos à espera do TFD_ faleceu enquanto fazia cateterismo

Casos ainda mais graves são registrados tanto em Cruzeiro do Sul, quanto nas outras seis cidades atendidas pelo TFD no Vale do Juruá. Um deles é o de Raimunda Martins de Oliveira, que morava no município de Marechal Thaumaturgo. Ela esperou quase dois anos pelo encaminhamento médico para fazer um cateterismo na capital. Quando afinal conseguiu viajar, faleceu, aos 79 anos.


A família de Raimunda culpa a demora no translado da paciente, que no momento do exame já estava bastante debilitada.


Com os próprios recursos

Quando o problema não é a longa espera na fila da agonia do TFD, a burocracia acaba por emperrar tratamentos de saúde que clamam por urgência. É um o caso do neto de Maria Eugênia de Farias, Enzo Gabriel, de 8 anos.


Diagnosticado com leucemia, Enzo precisa fazer tratamento e novos exames a cada três meses. No início, Maria Eugênia conseguia as passagens pelo governo do Estado. Mas ante a exigência de que junto com o laudo emitido pela médica da capital fosse apresentado um segundo, este expedido por profissional da região, ela decidiu custear as próprias passagens e as do neto sempre que precisam ir a Rio Branco.


“Pra mim, que não tenho transporte próprio, fica muito difícil estar correndo atrás de médico nos hospitais daqui”, explica Maria Eugênia.


Justificativas do TFD

Gerente geral da Central de Regulação Ambulatorial do TFD do Vale do Juruá, Irlene Bandeira recebeu a reportagem do ac24horas na manhã desta quinta-feira, 22.


Irlene Bandeira, gerente geral da Central de Regulação Ambulatorial do TFD no Vale do Juruá

Ela admitiu que o corte de verbas decorrentes da crise econômica levou à decisão de adotar os ônibus como transporte de pacientes. Mas só enquanto a estrada dava condições de tráfego, acrescentou. Os casos mais graves, segundo ela, continuaram a ser encaminhados por via área.


Sobre a longa espera na fila do TDF, Irlene afirmou que em muitos casos isso se dá graças ao cuidado do sistema de saúde estadual em garantir, antes, o tratamento médico dos pacientes. “Não dá pra gente emitir as passagens se a pessoa encaminhada não estiver com todos os procedimentos agendados”, disse.


Com uma média de 115 pessoas atendidas todos os meses, o TFD, segundo Irlene, precisa trabalhar com a classificação de risco. Trata-se de uma seleção dos casos mais graves, feita a partir de uma avalição dos profissionais de saúde à disposição do governo, que determina as prioridades no momento do embarque.


Ela também citou a omissão dos municípios, aos quais, por lei, caberia a responsabilidade do traslado dos pacientes.


“Mas como as prefeituras não têm recursos pra bancar as viagens, resta ao governo assumir esse compromisso”, disse Irlene.

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