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Crise acarretou demissão de 20% da mão de obra no comércio em Cruzeiro do Sul, diz associação

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Archibaldo Antunes

O índice de desemprego na segunda maior cidade do Estado supera a média brasileira. Pelo menos no setor do comércio de bens de consumo, 20% dos funcionários foram demitidos neste ano, segundo informações do presidente da Associação do Comércio do Alto Juruá (Acaj), Assem Cameli. E não para por aí: quem foi mandado embora não conseguiu voltar ao mercado de trabalho, de acordo com a Associação.


Com o encolhimento de 40% no consumo, em relação aos anos anteriores, Cruzeiro do Sul não deveria ter sentido tanto os efeitos da crise por não possuir um parque industrial. Mas o desaquecimento do setor da construção civil teve impacto negativo no orçamento de centenas de pessoas. “Quase não vemos na cidade obras do governo do Estado ou da prefeitura”, lamenta Cameli.


Os números fornecidos pela Acaj são confirmados pelos lojistas. E em alguns casos, o percentual de demissão e de redução das vendas é ainda maior.


“A gente demite com o coração partido, mas diante da realidade do mercado, não tem outro jeito”, diz o empresário Val Marques, conhecido na região como “Val das Redes”.


Proprietário de duas lojas no centro da cidade, Marques se viu obrigado a dispensar metade dos 16 funcionários de uma de suas empresas. Na outra, apesar de não ter que mandar embora nenhum dos seis empregados, evitou as contratações provisórias de final de ano.


O comerciante afirma ainda que as vendas diminuíram 50% em relação a 2015. E com mais de três décadas no ramo – tendo começado como vendedor, depois gerente e afinal proprietário da mesma loja –, ele conta nunca ter visto um período tão complicado para a economia. “Todos [os lojistas] daqui tiveram que demitir”, assegura.


Exceções existem, mas confirmam a regra


Gerente de uma loja de roupas multimarcas, que se dedicada em Cruzeiro do Sul ao comércio de peças bastante valorizadas no mercado nacional, Loziana Melo assegura que a crise não afetou os negócios que administra. “Felizmente, a loja não teve que demitir, e nos últimos dias, as vendas superaram as expectativas”, diz ela.


A explicação para o desempenho da empresa, na contramão de todas as demais visitadas pela reportagem do ac24horas, logo vem à tona na conversa. Por trabalhar com roupas conhecidas do público, mas sempre de ponta de estoque e segunda linha, é possível oferecê-las a preços mais baixos.


E os clientes, em sua maioria, segundo Loziana, são de outras cidades do Acre e do país.


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Archibaldo Antunes

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