Quispe é marido de Bruna Fernanda Vieira da Silva, ambos são proprietários do Quiosque da Bruna, badalada casa noturna que, segundo o delegado Karlesso Nespoli, estaria sob investigação suspeito de ser um ponto de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em Rio Branco.
Bruna foi presa na operação que teve repercussão midiática por colocar atrás das grades, junto com ela, uma assessora parlamentar do deputado federal Major Rocha, Érika Cristina de Oliveira Costa. Desde então, Bruna e o marido, passaram a ser apontados como figuras perigosas, supostos patrocinadores do crime organizado no estado.
Erika é esposa de Mariceudo Silva do Nascimento, o Ramos Flay, apresentado no organograma do crime, pelo departamento de inteligência da Polícia Civil, como o braço direito de Paulinho Calafate, este último, presidente do Comando Vermelho, que também foi preso pela polícia.
Ainda de acordo a hierarquia apresentada pela inteligência da Polícia Civil, Paulinho seria o líder da facção, abaixo dele a polícia colocou Júlio Navarrete Quispe, conhecido como “Peruano”.
O revés para o casal de empresários começou quando em decisão monocrática, o juiz Clovis Augusto Cabral, da 4ª Vara Criminal, mandou soltar Bruna Fernanda Vieira da Silva, acusada por participação e associação ao tráfico de drogas. A justificativa para soltura foi “falta de provas”. A ex-assessora do deputado federal Major Rocha (que perdeu o cargo após denúncia), Érika Cristina de Oliveira Souza também foi colocada em liberdade no mesmo processo.
Debate sobre segurança – Essa não é a primeira decisão de um juiz de primeiro grau que aquece o debate sobre a atuação do estado no combate ao crime organizado. Despachos que poderiam ser considerados simples, promovem debates acirrados entre acusação e defesa no momento de maior batalha entre facções criminosas.
Conforme a reportagem já mostrou, para os agentes envolvidos no sistema de segurança pública, a polícia prende e a Justiça manda soltar. Para advogados criminalistas, nas ações do estado – pressionado pela opinião pública e o grito da sociedade exigindo segurança – exageros são cometidos a ponto de oferecer riscos as garantias dos indivíduos.
“Todo mundo é suspeito”, diz um advogado criminalista que não quer ser identificado. Para ele, o argumento de aumento da criminalidade, embora pontual, dissocia, de fato, os mecanismos reais que estão gerando tanta violência”, acrescentou.
Vale ressaltar que, no despacho do juiz Clovis Cabral, foi determinado que a Policia Civil abrisse um novo inquérito e continuasse investigando Bruna Fernanda e Erika Cristina de Oliveira Souza. A polícia civil não se manifestou sobre o assunto.
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