Enquanto a Biblioteca Estadual do Acre é uma das três agraciadas em todo o país com o Prêmio Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro (IPL), a Biblioteca Estadual Padre Trindade, de Cruzeiro do Sul, não pode se enquadrar entre as que estimulam o prazer de ler. Com acervo de 21 mil livros ainda por catalogar, as obras, didáticas ou de ficção, não chegam às mãos dos leitores a não ser nos limites do prédio em que funciona, no centro da cidade.
Em outras palavras, o empréstimo de livros não é um serviço disponível na biblioteca cruzeirense. Segundo seu coordenador, Leônidas Neto, a escassez de servidores foi uma das causas do atraso na catalogação do acervo. O outro motivo foi a decisão do governo em alugar os computadores usados no local, já substituídos por equipamentos próprios.
“Parte do nosso acervo foi adquirida pelo ProAcre, destinada inicialmente à Secretaria de Educação, que nos doou os livros”, disse Neto, acrescentando que as exigências de tal transferência também atrasou o processo de inventário.
A biblioteca estadual de Cruzeiro do Sul recebe entre 80 a 120 pessoas por dia. A maioria, de acordo com Leônidas Neto, costuma levar o próprio material de estudo, entre os quais apostilas, tablets e notebooks.
Prevista para abril deste ano, o término da catalogação do acervo disponibilizará aos usuários parte dos seus 21 mil títulos. Mas até lá os livros continuarão a servir apenas de enfeite nas estantes.
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