Não bastasse o que a presidente cassada Dilma Rousseff fez com o país, minando as bases de uma economia promissora e ampliando o desemprego, o governo de Sebastião Viana tratou de empurrar ao consumidor acriano, nesta quarta-feira, 14, o prejuízo que sobreveio com o a crise. Os deputados da base aliada trataram de aprovar o pacote de maldades de fim de ano, ao aumentar a alíquota do ICMS sobre inúmeros produtos.
Enquanto a crise achatou os ganhos do brasileiro, extinguindo empregos formais e obrigando à informalidade quem antes possuía carteira assinada, o governo estadual trata de cobrar a fatura ao trabalhador impotente.
Ao conduzir a base aliada para aprovar o reajuste do imposto, Sebastião Viana fez aquilo que o PT dizia que o presidente Michel Temer faria, aumentando a carga tributária para tapar o rombo que os companheiros juram não ter feito.
E é claro que o aumento vai ampliar ainda mais as agruras do consumidor, tirando-lhe o pouco que lhe resta na carteira.
Dos produtos cujos preços devem subir com o reajuste do ICMS, alguns fazem parte do dia a dia da população. E ainda que, no geral, a majoração do imposto tenha sido de apenas um ponto percentual, beira a extorsão que alguns produtos passem a ser sobretaxados em até 25% do seu valor. É o caso dos cosméticos, mas também da cerveja, do chopp, dos cigarros, refrigerantes e da água mineral.
A manobra para reforçar o caixa do governo é mais um assalto ao bolso do consumidor, que já paga altos impostos sem que consiga ver o retorno, em forma de serviços, da tunga diária praticada pelo poder público nas três esferas do poder.
Além do reajuste da alíquota do ICMS, o governo do Estado, segundo um deputado de oposição, também deverá pleitear mais uma autorização da Assembleia Legislativa para contrair novo empréstimo junto à Caixa Econômica Federal, no valor de 150 milhões de reais.
A justificativa reside na singela explicação de que o dinheiro seria usado para quitar financiamentos antigos, e para bancar investimentos no sistema prisional.
Caso a autorização seja concedida pelos deputados estaduais, e as justificativas para o empréstimo sejam essas mesmas, haveremos de concluir que o todo-poderoso governo do Acre se rebaixou à condição de um simples trabalhador, que ultimamente tem recorrido ao crédito bancário na tentativa de saldar dívidas antigas.
A diferença, porém, reside no detalhe de que ao trabalhador restará quitar as parcelas dos seus financiamentos, tendo como limite os próprios ganhos, ao passo que o governo poderá voltar, se for preciso, a colocar a faca no nosso pescoço para liquidar as suas dívidas.
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