Em conversas com os amigos tenho dito que a chance de João Dória (PSDB), prefeito eleito de São Paulo, ser o próximo presidente da República é enorme. Primeiro que dificilmente o PT se recupera dos seguidos golpes que têm tomado e só tem Lula (PT) como candidato competitivo. Será muito difícil o ex-presidente petista escapar de todas as acusações da Lava Jato. O nome mais cotado pelos tucanos é do governador paulista Geraldo Alkmin (PSDB). Eu vinha dizendo que quem já participou de eleições e campanhas estaria comprometido para 2018. Não deu outra. Nesta sexta, 9, o nome de Alkmin já aparece na delação da Odebrecht. A tendência da maioria dos votos dos brasileiros será de direita, como se viu em 2016. Dória ganhou uma eleição que parecia impossível no primeiro turno. Ele virou na última semana. Até então nem estava cotado para ir ao segundo turno. Se candidatou contra a vontade de uma das alas mais importantes dos tucanos paulistas e ainda assim venceu. O milionário treinou muito tempo comprando horários nas televisões e fazendo programas para ser eficiente na sua comunicação de massa. Vai entrar numa campanha com o discurso de que já é muito rico e não precisará roubar. Eis aí um presidenciável em potencial com todas as premissas para vencer.
O último a sair apague a luz
Uma verdadeira bomba para o meio político a delação do executivo da Odebrecht. Praticamente não escapa ninguém dos “poderosos” que comandam a Nação no momento. A República desestabilizada por construtoras que fizeram milionárias doações de campanhas.
Conexões acreanas
Os nomes dos irmãos Vianas, Jorge e Tião, aparecem na delação. Supostas doações de campanhas em 2010 e 2014. O governador e o senador negam com veemência e ameaçam abrir processo de difamação. Só não entendi se contra o delator ou ao veículo (Folha de São Paulo) que publicou a notícia.
Travesseiro de pena
O problema da divulgação dessas delações é que o acusado cai em desgraça na opinião pública. Mesmo que consiga se livrar, provar a inocência, não há como colocar todas as penas de volta no travesseiros depois de espalhadas. A espetacularização midiática dessas delações irão minar a democracia do país.
Bom senso
Evidentemente que quem cometeu delito com dinheiro público deve ser processado e condenado. Mas esses processos deveriam transcorrer em segredo de justiça até se conseguirem as provas contra o acusado. Da maneira que está acontecendo a acusação das delações e a consequente condenação pela opinião pública são simultâneas.
Não vai restar nada
Quando digo que 2018 será a hora de quem não está diretamente ligado à política tem uma lógica. Poucos políticos irão escapar dessa “tempestade” provocada pelas delações. Mesmo que ajam rupturas no atual sistema terão que manter ao menos a aparência de uma democracia. E aí será a hora de gente nova.
Muito sede ao pote
Os atuais políticos, com alguma exceções claro, focaram suas atuações sempre em função de reeleição e a manutenção do poder. Isso foi uma “desgraça” para a nossa democracia. As campanhas foram ficando cada vez mais caras e os comprometimentos perigosos com empresas mais constantes.
Alívio por aqui
A sorte de alguns políticos do Acre é que o Estado pouco representa a nível nacional. Se o Ministério Público Federal e a Polícia Federal quisessem não faltariam casos a serem investigados. Muito dinheiro público foi jogado pelo ralo por aqui e ninguém sabe, ninguém viu…
Alerta vermelho
Os novos prefeitos eleitos que se preparem. Não serão gestões fáceis. A maioria das prefeituras acreanas estão quebradas e “desviar” dinheiro público nesses tempos bicudos de delações é um risco enorme. Os novos prefeitos governarão com uma espada afiada sobre as suas cabeças.
Temer desestabilizado
Quando estive no Parlasul, no Uruguai, conversei com o ex-presidente da Câmara, deputado federal Arlindo Chinaglia (PT) e com o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT). Os dois têm a mesma tese que as delações irão derrubar o presidente Temer (PMDB) e o seu sucessor, no período que resta, será escolhido pelo Congresso Nacional. Nem os petistas acreditam mais em eleições diretas antes de 2018.
Projetos “impopulares”
Entre os vários remédios amargos usados por Temer acredito que a Reforma da Previdência é o mais perigoso. Se aprovado pelo Congresso Nacional da maneira que está se torna quase impossível um trabalhador conseguir uma aposentadoria integral nessa encarnação. A repercussão na opinião pública será terrível.
Na torcida
Encontrei com o prefeito eleito de Marechal Thaumaturgo Isaac Pianko (PMDB). Ele me disse que a atual situação financeira do município irá atrasar um pouco os seus projetos de realizações. Primeiro vai tentar colocar a casa em ordem. Torço para que Isaac faça uma excelente gestão. Afinal é o primeiro indígena eleito ao executivo no Acre. O sucesso da sua administração irá derrubar muitos preconceitos. Num Estado que tem os povos indígenas na sua base social histórica chegou a hora mesmo deles retomarem os lugares de destaques que merecem.
Bacalhau do Rei
Como ninguém é de ferro vamos um pouquinho além da política. Fui convidado por minha amiga a Chef Izanelda Magalhães para uma degustação no Jannus Bistrô. Entre várias entradas maravilhosas como o Ovo Molet com Mussoline Trufada, Iza me serviu um bacalhau. Uma verdadeira aventura gastronômica. Grelhado com batatas, tomates cerejas e azeitonas o Bacalhau da Chef no Jannus é comparável aos melhores que já comi em Portugal. Quem não acreditar faça a prova. O restaurante fica na Avenida Edmundo Pinto, 2181, na rotatória do Rui Lino, Parque Tucumã. De terça a sábado, a noite e domingo para almoço. Bom apetite.