Em tempos de Lava-Jato, o país foi mergulhado no caldeirão das mudanças de mentalidade. Cidadãos escorchados pelo Estado e cansados da ineficiência dos serviços públicos estão – com a ajuda das redes sociais e com a facilidade de acesso aos veículos de comunicação via internet – mais atentos ao que fazem e deixam de fazer as autoridades eleitas. Quase nada que interessa à vida da coletividade tem passado em brancas nuvens para cada um de nós.
E foi nesse contexto que assistimos, estarrecidos, à ousadia de parlamentares municipais a aprovarem reajustes salariais para futuros prefeitos, vices, secretários e vereadores. Um acinte!
Ainda que os aumentos de salário estejam amparados pela lei, a sua patente imoralidade reside em desafiar a coletividade em um momento de crise econômica que a todos empobreceu.
Já não bastassem as mazelas vividas pela população dos municípios, que não recebe, em forma de serviços, o resultado da montanha de recursos arrecadada pelas três esferas do poder, ainda há o descaramento dos que se elegem sob a alegada consciência da contenção de despesas, mas que na primeira oportunidade oneram os cofres públicos em benefício próprio.
Ocorre ainda que a boa vida dos governantes municipais e de seus apaniguados quase sempre contrasta com a situação de pobreza das populações que representam. Tampouco a qualidade dos serviços públicos melhora na proporção em que aumenta o padrão daqueles que fazem dos cargos eletivos ou em comissão uma alavanca à ascensão social.
Não obstante as facilidades criadas para os que chegam ao poder, ainda somos obrigados a tolerar a petulância daqueles que legislam em causa própria, como aconteceu recentemente em diversos municípios do Estado. Nestes, tivemos de assistir ao espetáculo deprimente de vereadores em fim de mandato decidindo aumentar os salários daqueles que os haveriam de substituir.
Quando não, acontece de as leis serem feitas por encomenda, a fim de servir à cobiça de nossos representantes políticos, que de uma hora pra outra passam a exibir um dos maiores salários da República e patrimônio de dar inveja a empresários bem sucedidos.
Ocorre que a classe política, sempre inclinada a não abrir mão de seus benefícios, ainda não compreendeu que o Brasil está sendo passado a limpo, e que a Justiça, afinal, capitaneada por um jovem juiz de Curitiba, ousou colocar na cadeia alguns empresários miliardários e outros tantos políticos até outro dia intocáveis.
Não é possível, pois, que nos curvemos mais a políticos cuja delinquência consiste em passar a ética pra trás, ao mesmo tempo em que correm, sôfregos, para os braços das facilidades criadas pelo poder.
Eles próprios ainda não perceberam as mudanças que os haverão de tragar para a lata do lixo da história.
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