O governador Sebastião Viana (PT) teve uma ótima oportunidade de ensinar ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), e também aos colegas governadores, como manter-se a salvo da crise, e o que fazer em um momento em que a economia vai mal. Afinal, dar lições como essas é moleza diante do know how acumulado pelos governos petistas do Acre, que ao longo de quase duas décadas exportaram para o resto do mundo toda a sua expertise em inovação de técnicas e implantação de novos modelos econômicos.
Alguém haverá de achar que a ironia despejada acima é incompatível com a seriedade que se espera de um editorial. Convenhamos, porém: ela é inofensiva ante a presunção e a demagogia recorrentes nestes anos em que nossos governantes tentaram subjugar a realidade ao discurso delirante de que o Acre tem algo a oferecer que não sejam as evidências de que continua o mesmo de outrora.
A bem da verdade, Sebastião foi humilhar-se ao presidente peemedebista, que nas redes sociais trata como “ilegítimo” e “golpista”, afinal rendido ao fato de que a companheira Dilma Rousseff desgraçou as finanças do país e inviabilizou a ilha da fantasia que vem a ser o Estado que ele governa.
Enquanto Sebastião sucumbia à realidade, o petista Marcus Viana, prefeito de Rio Branco, precisava submeter-se a uma extensa agenda com os ministros adversários, em um périplo em busca de recursos.
As fotos de Marcus e Sebastião, publicadas pela imprensa local, mostram ambos pouco à vontade nos encontros que tiveram – o primeiro ciceroneado pelo senador Jorge Viana (afinal enfraquecido junto ao governo federal graças à sua defesa intransigente de um governo agonizante), e o segundo ladeado por outros governadores também com o pires nas mãos.
Enquanto Sebastião Viana e o irmão Jorge pregam a estabilização fiscal para a retomada do crescimento econômico, seu partido faz de tudo para inviabilizar o governo e provar a tese de que o novo presidente nada pode fazer pela Nação.
Até mesmo a rediviva Dilma Rousseff, entrevistada pelo site brasil247, afirmou que Temer “está aquém do povo brasileiro”.
Abandonada pelos irmãos Viana e demais caciques do PT, resta a Dilma espernear ao vento com o auxílio de um site medíocre, que mira o país e o mundo pela ótica do petismo e condena tudo que não se pareça com o que pensem os companheiros.
O ocaso dessa gente não começa agora, com o desconforto de Sebastião e Marcus Viana diante dos adversários poderosos, nem com os desastres de Dilma Rousseff no comando do país – nem mesmo com a implacável lupa do juiz Sérgio Moro sobre as traficâncias de Lula e outros representantes do PT.
A ruína do Partido dos Trabalhadores começou quando os seus líderes se acharam intocáveis, maiores que o País e a salvo de escândalos decorrentes da roubalheira que promoveram em diversos setores da administração pública.
Agora lhes resta apenas o pires – e a pose de quem se submete, por puro altruísmo, às desgraças impostas pelo destino.
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