O ministro dos transportes do governo Michel Temer, Maurício Quintella, chega ao Acre no final da tarde desta quinta-feira (17), em Cruzeiro do Sul, para anunciar o contrato de restauração e manutenção da BR 364, no trecho entre Sena Madureira e o Rio Liberdade. O total de investimentos é de R$ 227 milhões. A solenidade acontece a partir das 17 horas na cabeceira da ponte sobre o Rio Juruá, na estrada Variante, principal acesso a BR 364.

A previsão é que Quintella desembarque no aeroporto de Cruzeiro do Sul por volta das 16h30. A caravana do Ministério dos Transportes vem composta de nove pessoas, incluindo o senador Gladson Cameli (PP-AC) e a deputada federal Jéssica Sales (PMDB).

Depois de ser recepcionado no aeroporto pelo prefeito Vagner Sales e autoridades regionais, a caravana segue direto para o local da solenidade, montado em uma das cabeceiras da ponte sobre o Rio Juruá, na entrada da cidade. Desde a última segunda-feira (14) que assessores do ministério se encontram em Cruzeiro do Sul cuidando de todos os detalhes do cerimonial.

A visão frontal das autoridades que comparecem ao evento é a ponte sobre o rio Juruá, uma das maiores obras da BR 364, iniciada em 2009 e inaugurada em junho de 2011. A ponte tem cumprimento total de 550 metros, é suspensa por uma única pilastra central que mede 56 metros de altura e por 22 estais, cabos de aço fixados do alto da pilastra central para a base da ponte em concreto. Considerada uma das pontes mais modernas do país, construída para resistir terremotos.

Ironicamente, o cenário contrasta com o restante da rodovia que chegou a ser ameaçada de fechamento pelos engenheiros do DNIT no início do ano. O órgão passou a ser responsável pela manutenção da BR e desde 2015, com a liberação de R$ 78 milhões pelo governo federal, vem trabalhando em ações emergenciais para garantir a trafegabilidade nos trechos mais críticos.

O anúncio de mais R$ 227 milhões para restauração e manutenção da rodovia é apenas a ponta do iceberg. A partir desta quinta-feira, seis empresas que venceram a licitação feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) passam a operar nos trechos mais críticos com o simples objetivo de impedir o fechamento da rodovia, bastante castigada nos últimos anos com 2.700 milímetros de chuvas por ano em seu percurso.

Trabalho de máquinas pesado está previsto somente para o verão de 2017. Uma outra frente viabiliza a conclusão do projeto de reconstrução da rodovia, que prevê mais investimentos na ordem de R$ 1 bilhão.

Além desse investimento, o ministro deverá anunciar a implantação da Superintendência do DNIT no Acre e, ainda, o termo de contrato para o Anel Viário entre as cidades de Epitaciolândia e Brasileia, no Alto Acre.

Vários prefeitos da região, deputados, senadores, secretários municipais e representações indígenas, comerciais, empresariais e da sociedade civil organizada já confirmaram presença ao evento que será animado pela Banda do 61º BIS.

Senador Gladson Cameli diz que o sonho de integração não acabou

Para o senador Gladson Cameli que integra a caravana liderada pelo ministro Maurício Quintella, a garantia dos recursos para essa primeira fase de restauração da BR 364 é a continuidade do sonho de integração do estado.

“Se há 113 anos o tratado de Petrópolis abriu acordos de navegação marítima e terrestre entre Brasil e Bolívia, a luta hoje é pela integração do Juruá com o restante do país e da conclusão definitiva do Acre com o pacífico. Isso tem um significado muito importante para o nosso desenvolvimento e essa luta não é somente minha, mas de todos da nossa bancada federal” comentou Cameli.

BR 364 – Uma epopeia na Amazônia

Aberta no fim da década de 1960, a construção dessa rodovia chegou a ser classificada como uma epopeia amazônica tamanho tem sido os desafios impostos a engenheiros pelas adversidades, pesquisas e estudos realizados para entender a natureza da região e seus obstáculos.

Outra luta aliada ao trabalho épico é o esforço político e logístico para que a obra se tornasse viável. Foi Orleir Cameli, em 1995 quem retomou – talvez por sentir na pelo os problemas gerados pelo isolamento – o projeto de integração entre os municípios.

Vencendo as dificuldades econômicas da época, Orleir saiu em busca de aliados políticos e de recursos, conseguiu pavimentar as estradas entre Cruzeiro do Sul até a terra Katukina, próxima ao Rio Liberdade, um trecho entre Tarauacá e o Rio Acurauá e abre caminhos para a fronteira com a Bolívia, asfaltando a BR 317 até Xapuri e deixando toda a infraestrutura preparada para a chegada até Brasileia e Assis Brasil.

Depois de Orleir Cameli, o ex-governador Jorge Viana avança na integração do estado via Juruá, em 2000, recebendo ajuda do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Foram construídas 54 pontes no trecho entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, quatro principais, na gestão do governo Binho Marques e o atual governador Sebastião Viana. Onze anos depois, ocorre a consolidação, a partir de 2011 a rodovia passa a ter trafegabilidade de inverno a verão. Nunca mais fechou.

Somados os investimentos entre 2011 e 2015, quando o DNIT ficou totalmente responsável pela manutenção da rodovia, o governo federal garantiu mais de R$ 280 milhões para sua consolidação.

O ministro – Mauricio Quintella Malta Lessa é advogado, servidor público federal, lotado como técnico judiciário do Tribunal Regional do Trabalho, em Maceió. Quintella é deputado federal eleito pelo estado do Alagoas, filiado ao PR. Ele encontra-se licenciado da Câmara dos Deputados para exercer a função de ministro dos transportes, portos e Aviação Civil do governo de Michel Temer.

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