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O jogo de cartas marcadas que virou a escolha do novo presidente da Câmara de Vereadores de Rio Branco após a divulgação de um acordo prévio entre o prefeito Marcus Viana (PT) e o vereador/pastor Manoel Marcos (PRB) pode ser uma demonstração que o modo de fazer política do gestor petista que se apresenta como “novo” é apenas uma extensão da velha forma de fazer política dos caciques que mandam e desmandam nos poderes legislativos.
A vontade de Marcus Viana estaria interferindo no processo que deveria ser marcado por uma eleição entre os vereadores, com grupos apresentados nomes e realizando uma eleição para escolha do novo presidente e demais membros da mesa diretora da Câmara de Vereadores. Isso demonstra ainda que os poderes não são independentes e harmônicos como deveriam ser e passam por uma barganha de cargos e benefícios para os vereadores na máquina da prefeitura.
Outro ponto que estaria sendo questionado nos bastidores da Câmara, seria a questão da qualificação técnica de Manoel Marcos, o ungido de Marcus Viana. O pastor foi indicado antes da realização da eleição que o reconduziu ao cargo de vereador. As poucas vozes que se levantam contra a suposta imposição do prefeito, interrogam se o legislativo municipal precisa de um dirigente técnico, ou um religioso que poderá apenas dizer amém às vontades de Viana.
Os próprios vereadores da base de apoio do prefeito petista acreditam que permanecendo este tipo de comportamento que remete aos velhos e surrados acordos que envolvem a troca de cargos e vantagens na máquina pública por apoio político, o prefeito Marcus Viana poderá cair na armadilha que vem varrendo o PT do cenário político brasileiro. Viana poderá não emplacar o pastor para ganhar todas as bênçãos necessárias para seu segundo mandato.
Reza a lenda que a possiblidade de uma candidatura de Alan Rick (PRB) à prefeitura de Rio Branco também foi um fator que pesou para o pastor Manoel Marcos aparecer como única opção para Marcus Viana. Temendo que Alan retirasse uma parte significativa de seus votos, Viana se antecipou e fechou um acordo com os dirigentes do PRB. Esse fator pode inviabilizar manobras de partidos aliados que sonhavam com o comando do legislativo mirim.
O prefeito Marcus Viana joga com um baralho com uma carta só. Quem estiver achando ruim que recuse os cargos de prêmio de consolação.