À medida que a indústria da cannabis nos EUA entra na economia lícita, sua evolução está sendo limitada por uma falta de infraestrutura bancária básica
Pontuado por respirações profundas, Max Simon repetia a si mesmo suavemente, tentando ocultar uma profunda frustração. “Nós… somos… uma empresa… de comunicação. Nós produzimos mídia.”
Como muitos fundadores de startups, Simon, 34 anos, tem um discurso convincente até na enunciação e na cadência. Ele fez seu discurso nove vezes, para nove bancos diferentes. Oito o rejeitaram. Mas ele não estava buscando capital de risco. Ele queria abrir uma conta.
Simon é o fundador da Green Flower Media, uma produtora com sede em Ojai, na Califórnia, que vende vídeos educacionais sobre maconha, com temas que abrangem do uso medicinal ao investimento na indústria de cannabis.
Ele compara a plataforma como um Lynda.com voltado à cannabis, em referência à empresa de cursos on-line que pertence ao LinkedIn. Pouco depois que a Green Flower vendeu seu primeiro lote de vídeos, Simon recebeu um e-mail do Chase Bank. A conta corporativa da empresa estava sendo fechada.
Após vários telefonemas tortuosos para o serviço de atendimento ao cliente, ele descobriu o porquê: a conta, segundo informaram, foi considerada de “alto risco” porque a companhia é parte da indústria da maconha. Depois disso, a Green Flower passou vários meses sem ter um banco, o que a deixou em um submundo financeiro que pode tornar a vida praticamente impossível para qualquer empresa em atividade. Simon foi obrigado a tirar dinheiro de outra empresa para garantir que os cheques de seus funcionários não fossem devolvidos.
“Não temos nenhuma relação com a planta”, disse ele. “Nós nem tocamos na planta”. Simon foi rejeitado por bancos e cooperativas de crédito de todos os portes até que finalmente uma conta foi oferecida por uma instituição financeira, que ele preferiu não identificar para evitar mais fiscalização. Consultado por que a conta de Simon foi fechada, um porta-voz do Chase disse apenas que “por sermos uma instituição regulada pelas leis federais, cumprimos as leis federais”.
À medida que a indústria da cannabis nos EUA entra na economia lícita, sua evolução está sendo limitada por uma falta de infraestrutura bancária básica – um fato diretamente ligado à legalização desigual entre os 50 estados e a sempre presente ameaça de ação criminal por parte do contrariado governo federal.
Embora as questões logísticas enfrentadas pelos pontos de venda sejam bastante conhecidas, os obstáculos para realizar até mesmo as operações comerciais mais básicas vão muito além, impedindo inúmeros vendedores e provedores de serviços que poderiam ajudar o setor a sair das sombras.
A situação pode se tornar ainda mais confusa na próxima semana. No dia 8 de novembro, Arkansas, Flórida, Montana e Dakota do Norte pedirão que os eleitores decidam se eles devem se juntar a Washington, distrito federal dos EUA, e aos 25 estados onde o uso medicinal da cannabis está legalizado.
Arizona, Califórnia, Maine, Massachusetts e Nevada decidirão nas urnas se entrarão no grupo de três estados (e a capital do país) onde o uso recreativo da maconha é permitido para adultos. Se apenas a Califórnia votar a favor da legalização, e seus 39 milhões de moradores passarem a poder comprar maconha livremente, o tamanho do setor pode triplicar, para US$ 18 bilhões, o que obrigará órgãos reguladores e bancos a reavaliar seu receio institucional.
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