Marcus Viana é o único petista a ostentar o feito de ter sido eleito (no caso dele, reeleito) nas 26 capitais do país. Enquanto o PT naufragou no segundo turno das eleições, não conseguindo eleger um único representante para o Executivo municipal, o PSDB fez 14.
A vitória do PT em Rio Branco está na contramão da tragédia do partido no plano nacional. A análise do resultado das urnas deste domingo, 2, revela que a sigla sofreu a pior derrota desde que Lula chegou ao Palácio do Planalto, em 2002.
Sob todos os aspectos, o Partido dos Trabalhadores é o maior derrotado no pleito deste ano, com 256 petistas eleitos, contra 644 nas eleições de 2012.
Sete petistas disputaram o segundo turno, ao qual nenhum deles sobreviveu. O resultado pode ser creditado a inúmeros fatores, sendo que os mais importantes são a crise econômica e os sucessivos escândalos envolvendo os maiores nomes da sigla.
A Operação Lava Jato tratou de desidratar o partido de Luiz Inácio. Sem dúvida alguma, Dilma Rousseff também carrega parte da responsabilidade pela fuga de votos.
Em números absolutos, a legenda obteve este ano, em todo o Brasil, 6,8 milhões de votos, contra 17,2 milhões apurados há quatro anos – uma queda de 60%.
O número de petistas eleitos no Acre nas últimas eleições também mingou: de seis em 2012, para quatro neste ano.
Não obstante o crescimento do número de prefeitos tucanos no país, no Acre o PSDB também naufragou: conseguiu eleger apenas Gedeon, em Plácido de Castro, e Zum, no município de Assis Brasil. Em 2014 foram seis os tucanos eleitos – alguns dos quais abandonaram o partido em meio ao mandato.
Se por aqui petistas e tucanos amargam baixas consideráveis, PP e PSD se saíram muito bem ao eleger dois prefeitos cada um. Em 2014 as duas siglas não conseguiram fazer um prefeito sequer.
Já o PMDB de Flaviano Melo saiu do pleito 25% maior: de quatro prefeitos eleitos em 2014, saltou para seis nas eleições de outubro.
No plano nacional, a sigla cresceu menos – apenas 1,3%, passando de 1.015 para 1.028 prefeituras. Proporcionalmente, o PSDB cresceu mais: 15,6%, com um salto de 686 para 793 eleitos em todo o país.
O PSD de Sérgio Petecão e o PP de Gladson Cameli também cresceram no plano nacional – 8,9% e 4,4%, respectivamente.
Se o número de eleitos em todo o Brasil mostra que o PT amarga o ocaso, no plano local tudo indica que o PSDB fez as costuras erradas, apostou nos candidatos errados e terá dificuldade para se refazer para as eleições de 2018. Ou não, já que o fardo continuará sobre os ombros dos companheiros.
Resta saber se a oposição terá o bom senso que lhe faltou nas eleições deste ano para firmar-se como alternativa à Frente Popular.
O eleitorado quer mudanças, está claro. Mas só vai mudar quando estiver seguro de que o fará para melhor.
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