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Acre registra aumento de 136% nas mortes por arma de fogo

Por
Jairo Carioca

Entre 2013 e 2014 a variação positiva chega aos dois dígitos (19%). Os números são assustadores e não revelam ainda, a escalada da violência esse ano. Na região norte, a cidade de Rio Branco perde somente para Macapá no aumento das mortes por armas de fogo.


 



O Mapa da violência divulgado com correções no dia 28 de outubro em todo o país, mostra o crescimento das mortes por armas de fogo. Ficou evidente, nesse estudo, o progressivo, sistemático e ininterrupto incremento das taxas de homicídio por arma de fogo. O presidente da república, Michel Temer, a presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, Cármen Lúcia e o presidente do Senado, Renan Calheiros discutem segurança pública nesta manhã em Brasília.


No Acre os números são alarmantes por que não retratam o saldo negativo de mortes desse ano. Os dados são referentes à 2013 e 2014. Ainda assim, ao contrário do que o governo do estado fez a população acreditar, os índices de violência só cresceram. Em uma década a variação positiva foi de 136%, em dois anos, alcançou 19%.


O estado saiu de 49 mortes por arma de fogo em 2004 para 116 em 2014. Deixou de ser menos violento em uma década apenas para os estados do Amazonas e do Pará. Antes de se reeleger, o governador Sebastião Viana ocupou o terceiro lugar – com uma variação de 86% em dez anos – no ranking de homicídios por armas de fogo para cada 100 mil habitantes.


Em 2002, quando o Acre saia do domínio do Crime Organizado na era Hildebrando Pascoal, o estado ocupava o 22º lugar entre as federações com maior número de homicídios por arma de fogo. Em doze anos, o anuário mostra que os avanços no combate a violência não foram tão positivos. O estado subiu uma única posição, ocupando, em 2014, o 21º lugar no ranking nacional de violência de homicídios por Armas de Fogo (AF).


A população acreana assistiu nesse mesmo período, estados que na virada de século ocupavam os primeiros lugares no Mapa da Violência por armas de fogo, evidenciar quedas em 2014. Em alguns casos, quedas bem significativas, como Rio de Janeiro, que ocupava o primeiro lugar em 2000 e passou para o 15º; ou São Paulo, que passa do 6º para o 26º; ou Mato Grosso do Sul, da sétima posição para a 23ª.


Rio Branco está entre as capitais mais violentas da região norte. Em dez anos a variação positiva foi de 132%. Em 2204 foram 37 homicídios registrados em todo o ano, em 2014, esse número saltou para 88. Entre 2013 e 2014 a variação também é positiva, chegou a 33% o número a mais de mortes. A capital só perdeu na região norte para o Macapá. É a segunda no ranking de assassinatos.


No geral, Rio Branco está em 21º lugar nos índices de violência para cada 100 mil habitantes, mas fica à frente de capitais do centro sul como Florianópolis, Campo Grande, Rio de Janeiro e Palmas. A sociedade da capital também assistiu cidades violentas como Recife, Vitória e Belo Horizonte ter taxas de homícidios por AF reduzirem significativamente.



Municípios da faixa de fronteira estão entre os novos focos de violência


Na série de reportagens que aborda o aumento da violência no Acre, principalmente esse ano, em que mais de 20 mortes foram registradas em sete dias – a chamada Semana do Terror – o ac24horas mostrou com exclusividade a má gestão dos recursos federais para a segurança de fronteira.


É exatamente essa região uma das apontadas pelo Mapa da Violência por arma de fogo como novo foco ou configurações de violência. Segundo o documento, municípios de pequeno e médio porte que, por sua localização estratégica em áreas de fronteira internacional, são rota de grandes organizações transnacionais de contrabando de produtos ou armas, pirataria e tráfico de drogas.


Juventude acreana está sumindo do mapa a cada ano


Outro dado preocupante, mas que não é nenhuma novidade para as autoridades do estado do Acre é o aumento de mortes na faixa entre 15-29 anos. É o segmento que apresenta variação mais positiva com pico nos 20 anos de idade, os homicídios atingem a impressionante marca de 27,6% de aumento.


Os negros no Acre são os mais assassinados, a taxa positiva é de 14,5% contra 3% dos brancos. Entre 2006 e 2014 a vitimização e homicídios de negros atingiu 384,1% de aumento.


O OUTRO LADO:


Devido ao ponto facultativo pela comemoração do dia do servidor, a reportagem não conseguiu falar com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Policia Civil para análise dos números do anuário divulgado nesta sexta-feira.


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Jairo Carioca

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