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Detentas denunciam sessões de espancamento, fome e abortos em ala feminina de Rio Branco

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João Renato Jácome

As detentas do complexo penitenciário Francisco D’Oliveira Conde, localizado em Rio Branco (AC), podem estar passando por sessões de espancamento e fome após a rebelião que tomou conta da unidade prisional na semana passada. Grávidas também teriam abortado bebês após as agressões.


A queixa, feita através de um vídeo, supostamente gravado no presídio, relata também que homens do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE), em conjunto com agentes penitenciários, estariam laçando spray de pimenta nas apenadas. Outra mulher conta que até as refeições deixam de ser entregues por 48 horas.


“Todos os pertences pessoais delas foram colocados do lado de fora, na chuva. Desde quinta-feira elas estão só com a roupa do corpo. A minha filha está com a mão quebrada e eles nem a levaram para o posto médico. Deixaram todas as presas com a roupa do corpo e passaram a noite toda de joelhos com a mão da cabeça”, conta Mirla Santos, mãe de uma das presas.


Em nota, o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) informa que nenhuma das presas está sendo agredida e que no dia da rebelião todas as detentas com filhos foram encaminhadas para uma sala externa, usada pelos advogados. O órgão também negou que as presas estão sem alimentação, destacando que isso ocorreu apenas no dia do motim.


“A minha mãe estava presa e saiu ontem. Eu já não sei o que fazer para ajudar. Desde o dia da rebelião que elas só apanham. Minha prima está de um jeito que nem consegue mais andar de tão machucada. É preciso que alguém tome providências para que essa situação acabe de uma vez. É um desrespeito aos direitos humanos”, denunciou, por telefone, Ana Santos, prima de uma das presas.


Segundo o Iapen, nenhuma grávida perdeu o bebê durante ou após a retomada da unidade prisional em que as detentas cumprem pena. Além disso, nenhum policial militar do BOPE está atuando no presídio, visto que lá apenas agentes penitenciários cumprem plantão. Sobre o spray de pimenta, o Instituto não se manifestou.


“Quando teve a confusão, a minha filha contou que a faxineira abriu as celas para ninguém se machucar, mas eles [os agentes] entenderam errado e começaram a bater. Na hora ninguém foi levado pra outro lugar não, é mentira deles. Lá tem um bebê que está muito mal, morre não morre, por conta da pimenta que eles jogaram nas presas. Isso eles não dizem!, completa a mãe.


 


 


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João Renato Jácome

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