Autoridades do Sistema Integrado de Segurança Pública do Acre concederam entrevista coletiva na noite desta terça-feira (18), após o tiroteio ocorrido na Unidade Prisional 4 (UP-4), conhecida como “Papudinha”.
Na entrevista, eles admitiram fragilidade no sistema prisional, classificaram o tráfico de drogas ser o principal motivo para a guerra atual entre as facções criminosas e ressaltam esperar recursos do governo federal para fortalecer a segurança no Estado.
Desde domingo (16) iniciaram algumas execuções de membros do crime organizado em vários bairros de Rio Branco, porém, o estopim ocorreu na noite desta terça quando alguns membros iniciaram tiroteio na entrada da Papudinha, no momento em que detentos do semiaberto chegavam à unidade. No total foram quatro feridos e um preso. A guerra, segundo a Segurança Pública, é entre as facções Comando Vermelho e PCC e acontece em todo o território brasileiro.
Alguns dados da Segurança apontam que, somente no presídio de São Paulo 55 presos tiveram de fugir para não serem mortos. Em Roraima foram 25 presos mortos e, em Rondônia, oito. Os dados são relativos aos últimos dois dias.
Pelo menos 65 presos se dirigiram para os estados do Acre e Rondônia com armas pesadas, coletes e carros blindados. No Acre entraram 25 fortemente armados.
“Tentaram promover ataque no semiaberto da Papudinha, mas foram combatidos pelo sistema de inteligência. Conseguimos evitar uma tragédia”, comentou o governador Sebastião Viana.
Ele admitiu uma situação sem controle e diz ocorrer “Uma guerra sem proporção na vida brasileira”. O governador não limitou criticas ao governo federal em decorrência do ‘congelamento’ de recursos financeiros para serem investidos na área de segurança
“Eu, como governador, digo que, lamentavelmente, está sem controle na ponta, mas o governo federal tem fechado os olhos para o grande agente letal que ameaça a integridade da nação chamada: droga. A porta de entrada está vulnerável. Temos uma Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal solidárias que fazem o que pode, mas falta a estrutura do governo federal”, disse.
De acordo com o governador, são R$ 2 bilhões que o governo federal deve para o estado para os fundos penitenciários. O governo, inclusive, já teria judicializado essa matéria contra a União.
“São milhares de fronteiras abertas. No Acre, fronteiras abertas para os maiores produtores de drogas do mundo. Temos uma polícia pronta para o combate, mas falta a presença do governo federal na Amazônia. Não foram poucas as vezes que levei ao Ministério da Justiça. O agente letal nacional está solto e o nome é droga”, enfatizou.
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A Papudinha fica nas proximidades da casa do governador e ele disse ter se sentido normal com a situação por estar preparado para o tipo de ocorrência. “Tenho medo de que inocentes sejam atingidos. A Força Nacional foi acionada há quatro meses”, comentou.
O secretário de Segurança do Acre, Emylson Farias diz não ter dúvidas de que a guerra seja entre as facções. Ele pediu cautela para a população até a situação ser controlada e disse que todo o efetivo da polícia ficará nas ruas para garantir a segurança.
Segundo ele, 99% das execuções são por disputa de espaço para o comando de tráfico de drogas.
Sobre o tiroteio na Papudinha, Farias admitiu que a polícia reagiu à altura dos bandidos e que algumas pessoas que estavam na localidade no momento da invasão, foram rendidas pelos membros das facções.
Com os criminosos, a polícia apreendeu granadas, espingarda calibre 12, uma de 9 milímetros e coletes. Um filho de um agente penitenciário, apreendido com alguns desses equipamentos, será investigado.
O secretário não descartou a possibilidade de alguns presos serem transferidos do Estado.
O procurador-geral de Justiça, Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto ressaltou que o MP tem buscado trabalhar em conjunto com o Sistema Integrado de Segurança Pública e diz ter conseguido êxito.
Ele revelou que áudios, supostamente enviados pelos criminosos, são monitorados pelo serviço de inteligência do órgão. D’Albuquerque também alfinetou o governo federal e salientou que, enquanto não houver bloqueio em definitivo de aparelhos celulares dos presidiários, a situação não mudará.
“É claro no Brasil inteiro a fragilidade no sistema prisional. O contingenciamento de verba no Ministério da Justiça para ser liberado é de conhecimento de toda a segurança, o que prejudica as ações do combate ao crime organizado. O MP brasileiro tem trabalhado muito para bloquear os celulares nos presídios, caso isso não aconteça vamos continuar tendo problemas. Para toda ação precisamos de recurso, mas esse recurso está contingenciado no âmbito federal”, comentou.
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