O presidente Michel Temer, do PMDB, se adiantou às investigações da Lava Jato ao defender seus aliados, citados no âmbito da operação. Temer está no Japão, a terceira economia do mundo, aonde foi atrás de investidores. Na mesma terça-feira em que Temer se apressou em dizer que a citação aos seus ministros não passam de “alegações”, Lula subscreveu artigo no jornal Folha de S.Paulo, dizendo-se vítima de uma “caçada política”.
Enquanto Temer se apressa em defender os aliados, Lula sustenta a versão delirante de que não passa de uma vítima da elite brasileira, encastelada nos tribunais para retirar dos pobres os benefícios concedidos a eles pelos governos petistas.
A ex-senadora e ex-ministra Marina Silva afirma que Temer é a continuidade do governo Dilma Rousseff, como se o maleável PMDB pudesse ser comparado ao empedernido PT.
Claro que Marina está errada, haja vista as propostas do Executivo encaminhadas ao Congresso, como a que limita o teto de gastos do governo federal.
O mais impressionante é testemunhar no noticiário que os esquerdistas – sempre a serviço do PT – são contra a proposta que impõe limites à gastança desenfreada do governo federal, o que, em parte, nos levou à crise recente.
Da mesma forma como a Lei de Responsabilidade Fiscal foi desaprovada pelo PT, ainda que mantida pelos parlamentares federais, governadores de esquerda à época, como João Alberto Capiberibe, do Amapá – franco apoiador de Dilma no processo de impeachment no Senado –, festejou sua aprovação por limitar os poderes de outrora, que outorgavam aos antecessores a possibilidade de empurrar dívidas diversas aos sucessores, sem limites.
O peemedebista Michel Temer tem pressa em entrar para a História, como o petista Lula o tem de retardar a verdade sobre a dissonância entre a biografia propalada e a privacidade devassada pelo Ministério Público e a Polícia Federal.
Para os mais esclarecidos cidadãos brasileiros, não há mais dúvida de que Lula se beneficiou pessoalmente do poder, a ponto de comprometer seriamente os ativos da maior empresa estatal brasileira, a Petrobras.
Tudo o que a Lava Jato revela agora, inclusive o que pode afetar visceralmente o governo Temer, se deu sob as barbas do petista mais festejado do planeta.
A ladainha segundo a qual Lula é um perseguido político se esboroa ante as evidências de que ele e sua família se locupletaram do poder.
O vitimismo calculado da estrela-mor do petismo é tão tolo quanto a pressa de Temer em defender seu plantel de ministros.
Neste aspecto – e apenas neste – Lula é muito parecido com Temer, para darmos razão a Marina Silva.
No demais, Marina erra ao criticar o atual governo, haja vista o esforço de acertar na economia para nos recolocar nos eixos.
O problema dos esquerdistas é que eles só reconhecem avanços quando é a esquerda que está no poder – ainda que seja representada por Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.
Os jornalistas sempre deixam de perguntar a Marina o que ela acha da situação venezuelana, país onde falta leite e até papel higiênico.
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