O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou hoje (18) a penúltima reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. O anúncio da decisão será feito amanhã (19), por volta de 18h, após a segunda parte da reunião.
Hoje pela manhã, o presidente do BC, Ilan Goldfajn e os diretores fazem a análise de mercado. À tarde, será feita a análise de conjuntura.
No segundo dia de reunião, após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para a Selic, a diretoria do BC define a taxa.
O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Se o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, o comitê considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.
Desde julho de 2015, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, no maior nível desde outubro de 2006. Pelas expectativas de instituições financeiras pesquisadas pelo BC, a Selic deve cair para 14% ao ano, nesta reunião. Em novembro, na última reunião deste ano, a Selic deve voltar a cair, ficando em13,5% ao ano.
O economista da Órama Investimentos e professor do Ibmec, Alexandre Espirito Santo, também considera que o Copom iniciará um ciclo de redução dos juros, com corte de 0,25%.
“Nossa expectativa é de uma redução de 0,25%, que iniciará um longo movimento de queda, que se estenderá por todo ano que vem”, avaliou.
Para Espírito Santo, a aprovação da Proposto de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos do governo por 20 anos é um fator a ser considerado pelo BC. “Precisamos voltar à responsabilidade fiscal, escanteada nos últimos anos. Podem-se questionar alguns pontos da PEC, como o prazo, por exemplo, mas a direção é essa”, destacou. Mas para ele, outras reformas serão necessárias, como a da previdência, para que haja reequilíbrio das contas públicas no longo prazo.
O economista acrescentou que a redução nos preços dos alimentos e a queda nos preços dos combustíveis, anunciada na última sexta-feira (14) pela Petrobras, são fatores fundamentais que “autorizam” o BC a iniciar o ciclo de redução da taxa básica.
Espirito Santo acredita que ao longo de 2017 a Selic deve cair e encerrar o período em 10,5% ou até 10% ao ano. “Apesar da queda, ainda assim teremos taxas elevadas no país. O desafio é recuperar os investimentos produtivos para que o emprego retorne, e a taxa de desemprego passe a cair. Sem queda importante de juros isso não ocorrerá”, destacou.
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