A Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 14, uma mudança em sua política de preços. Com isso, a gasolina deverá custar ao consumidor menos R$ 0,05 por litro – uma queda de 1,4%!
Não espere o presidente Michel Temer que saiamos por aí a agitar bandeirinhas em prol de sua decisão. O que fez o Partido dos Trabalhadores com a Petrobras foi um crime de lesa pátria, mas o anúncio deste fim de semana feita pela diretoria da estatal é digno de uma comédia pastelão.
Vamos aos fatos.
O litro da gasolina na Bolívia é bem mais barato que no Brasil: cerca de R$ 1,20, a depender de onde é vendida. Nos Estados Unidos, a média é de R$ 2,30 o litro. Em Buenos Aires, na Argentina, R$ 2,03. Na Venezuela de Hugo Chávez, o preço é risível: R$ 0,03.
E o combustível vendido nestes países não é batizado com Etanol, como no Brasil, onde o percentual atinge hoje 25%.
Na América Latina, o Brasil está em segundo lugar quando se trata de combustível mais caro, atrás apenas do Chile.
A autossuficiência em Petróleo, cantada em prosa e verso por Lula e seus bajuladoras, não nos trouxe alívio ao bolso por uma razão simples: o governo cobra, em média, 55% de impostos sobre o combustível vendido ao cidadão. Isso mesmo. E as principais taxações sobre o produto nacional são as cobradas via ICMS e CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). O primeiro representa 32% do valor pago sobre o litro da gasolina, enquanto a segunda, 21%.
Enquanto o governo norte-americano impõe sobre os combustíveis, em termos de impostos, contribuições e taxas, o equivale a 13%, por aqui a proporção de ganhos do Estado, só com os impostos, é maior que o preço do produto em si.
Desonerar em 1,4% o valor da gasolina é uma piada de muitíssimo mau gosto.
O pior de tudo é saber que a renda das famílias brasileiras está sempre vinculada aos aumentos do preço da gasolina e outros derivados do petróleo. E a inflação também decorre desse fator.
Para agravar o quadro, os investidores externos são sempre muito desconfiados quando os custos dos combustíveis são altos, como aqui. Sem falar, é claro, que esses valores
afetam o setor produtivo, sobretudo no transporte de alimentos.
Mas quando você quiser ter raiva de Michel Temer devido à desoneração ridícula de 1,4% no preço da gasolina, e de 1,8% no do diesel, lembre-se que o ex-presidente Lula confessou, certa feita, que Evo Morales pediu autorização para tomar as refinarias da Petrobras antes de ser empossado presidente da Bolívia.
Foi um crime premeditado, feito sob as barbas daquele que hoje é considerado pelo Ministério Público Federal como o “grande general” do maior esquema de assalto aos cofres de uma empresa pública.
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