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Vitoriosos e derrotados das eleições devem agradecer aos seus adversários

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Para haver uma disputa no processo democrático é preciso que haja ao menos dois lados opostos. Assim, quando começa o jogo, todos já sabemos que alguém vai ganhar e alguém vai perder. Portanto, o adversário num processo eleitoral é essencial. Ninguém disputa uma eleição contra si mesmo. O oponente tem o seu valor que poucas vezes é reconhecido por quem ganha e menos ainda por quem perde. Mesmo porque, principalmente no Acre, adversários políticos tornam-se facilmente “inimigos mortais”. Isso é um absurdo! Quem é mais prejudicado nesse processo de ódio entre os postulantes políticos é a população. As eleições terminam e as forças contrárias continuam nos palanques vociferando contra os adversários. O ódio destilado nos pleitos permanece envenenando mentes e corações. Ao invés de se fomentar tanto rancor, na verdade, seja quem for, deveria agradecer ao seu adversário por poder ter havido a disputa. Ganhar e perder são as duas faces da moeda da democracia.


Exemplo a ser seguido


A carta do atual prefeito e candidato à reeleição de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ao adversário vitorioso, João Doria Jr. (PSDB) é uma raridade nesse processo reacionário e atrasado que vivemos na política brasileira.

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“Parabenizo o Prefeito eleito João Doria Jr. pelo resultado e, conforme falamos por telefone, coloco minha equipe – a começar por mim – à inteira disposição para fazermos uma transição tranquila. Em um país onde a gente vê as instituições republicanas fragilizadas, eu penso que nós temos que dar o exemplo e fortalecê-las; e uma das instituições que eu mais prezo são as transições de governo, porque isso revela espírito público, respeito à democracia, respeito ao resultado das urnas, à vontade popular.”


Cruzeiro do Sul e o ódio político
Cobri jornalisticamente as eleições para o AC24horas no Juruá. Para minha surpresa no dia seguinte às urnas abertas os palanques de Carla Brito (PSB) e Ilderlei Cordeiro (PSDC) continuavam armados. O fogo cruzado e as trocas de acusações ocuparam os espaços da imprensa local. Tudo por conta de uma gravação feita na tentativa de trazer o PSDC para um lado ou outro da disputa.


Isso é normal
A busca pelo maior número de partidos numa eleição é natural na política. Oferecer a partilha do poder também faz parte do jogo. O que é feio é a candidata da FPA chamar o seu adversário de “eleito provisório”. E por sua vez, o vitorioso ungido por Vagner Sales (PMDB), espalhar um áudio com negociações políticas nas redes sociais. Na minha avaliação, os dois estão errados e ninguém ganha nada com isso.


Nas mãos da Justiça
Esse processo que corre por tentativa de cooptação de um candidato a vereador do PSDB, em Cruzeiro do Sul, pelo PMDB, será julgado no próximo dia 20. Antes do julgamento é precipitado e rancoroso dizer que a vitória é provisória. Esperem a Justiça se pronunciar para não criar falsas expectativas à população.


Não estrague
Praticamente sozinha andando pelos bairros e zona rural de Cruzeiro do Sul, Carla Brito, fez uma bela campanha. Ela detém agora um capital político considerável na região. Não deveria deixar esse ódio antigo entre petistas e peemedebistas contaminar a sua realização. Isso não é nova política.


A hora de cuidar da vida
Por outro lado, Ilderlei Cordeiro deve se conscientizar que ganhou a eleição e será o prefeito. Terá responsabilidade com 85 mil cruzeirenses. Precisa pensar e planejar o seu plano de gestão numa das mais severas crises políticas e econômicas da história brasileira. Carla e Ilderlei deveriam descer do palanque.


As mãos da Lei
Encontrei com o jovem professor universitário Marcelo Siqueira (PT) que me explicou que se a juíza e as outras instâncias cassarem Ilderlei haverá novas eleições. Mas isso ainda terá que passar por vários tribunais. Ninguém conte com a vitória antes do tempo. Por enquanto, a realidade é a escrita nas urnas.


Modelo vitorioso
Marcus Alexandre (PT) foi reeleito em Rio Branco sem usar o vermelho e a estrela do PT. Afastou os “caciques” petistas da sua campanha e não deixou ninguém gritar “Fora Temer”. No interior, vários militantes de candidatos derrotados da FPA se arrependem por não terem agido da mesma maneira.


Fogo dos dois lados
Uma liderança política da FPA me contou que em Rodrigues Alves, o candidato derrotado, Márcio Queiroz (PROS), pegou “peia de dois lados” dos eleitores. Insatisfações com a gestão municipal do prefeito Burica (PT) e a estadual do governador Tião Viana (PT).


Não é diferente
Em Mâncio Lima, talvez a campanha petista mais assumida do Estado, perceberam que as lideranças maiores quando chegavam no município atrapalhavam Isaac Lima (PT). Isso é fruto de um desgaste enorme da sigla no plano nacional e também no estadual.


Vitória no Juruá
O prefeito reeleito Marcus Alexandre elegeu um vereador em Cruzeiro do Sul. Francyney (PT), que tinha perdido em 2012 por um voto, dessa vez se deu bem. Franciney e Marcus têm ligações políticas e de amizade desde os tempos da Secretaria de Planejamento, comandada por Gilberto Siqueira.


Bonito de ver
O deputado estadual Wendy Lima (PP) raramente ocupa a tribuna da ALEAC para falar. Mas nesta terça, 4, subiu para exaltar a eleição do seu pai a vereador da Capital, Eny Lima (DEM). Conhecido pelo bordão, “a culpa é do PT”, o novo vereador recebeu a ajuda do filho deputado.

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A hora da reforma, governador
O governador Tião Viana andou sumido da eleição da Capital. Afirmou ter ido para o interior onde o PT não se saiu muito bem elegendo apenas três prefeitos. Se conselho fosse bom não se dava, mas como analista político posso dar os meus palpites. Acho que o governador deveria fazer urgente uma reforma no seu secretariado e também demitir os cargos comissionados que têm apenas função política. Com essas medidas daria um passo largo para melhorar a sua gestão. Além disso, Tião Viana deveria utilizar melhor uma ferramenta que conhece bem que é a diplomacia, que, aliás, fez dele um senador de destaque no cenário nacional. E também deixar de ouvir os elogios fáceis que criam a falsa ilusão de que está tudo bem. Não está governador! Se não acredita contrate um instituto serio de pesquisa para avaliar a atual gestão do PT no Estado. Na política, dois anos são uma eternidade e Tião Viana ainda pode sair bem melhor do atual Governo.


 


 


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