Eleições no Acre são sempre muito adiantadas. Então fechadas as urnas de 2016 as pessoas já começaram a discutir a próxima. Durante toda a campanha municipal um candidato esteve “oculto” já projetado para disputa do Governo do Estado, em 2018, o do senador Gladson Cameli (PP). A maioria dos postulantes a prefeitos de oposição queriam a sua presença nas campanhas. Gladson conseguiu vitórias em vários municípios do interior e elegeu vários vereadores. Em Cruzeiro do Sul, durante as comemorações da eleição de Ilderlei Cordeiro (PMDB), o senador não escondia que será candidato no próximo pleito. Mas com a vitória de Marcus Alexandre (PT), no primeiro turno, em Rio Branco, não tenho dúvida que será o adversário do senador. Mesmo num momento de enorme desgaste do PT no país inteiro, Marcus conseguiu uma votação expressiva no maior colégio eleitoral do Acre. Ao longo de quatro anos de gestão da Capital o prefeito se consolidou como a atual principal liderança da FPA. Provou que tem carisma e votos para sonhar em dar passos mais largos na política.
Detalhe
Para Marcus se consolidar como postulante a governador precisa apenas fazer uma manobra simples, trocar de partido. A imagem de bom gestor que sua eficiente equipe de comunicação criou se projetou no Estado inteiro. Mas o desgaste do PT também é notável.
Questão de lógica
Outro fator é que Marcus precisará ter aliados em Brasília para dar sequência ao seu trabalho na prefeitura. Políticos que tenham acesso ao Governo de Michel Temer (PMDB). Nesse sentido, se ampliar a sua parceria com o PRB poderá conseguir os recursos para terminar as obras e se livrará do estigma de petista.
Se saiu bem
Conversei com muita gente em Cruzeiro do Sul que deixou de votar na delegada Carla Brito (PSB) pelas suas companhias políticas. Ela projetou algo novo, mas estar ao lado de “velhos conhecidos” da população cruzeirense atrapalhou muito a sua trajetória.
Outros tempos
Para se ter uma ideia de como a questão ideológica atrapalhou Carla um empresário, amigo meu, que votaria nela, desistiu ao vê-la caminhando com o governador Tião Viana (PT) e o senador Jorge Viana (PT). Mas a delegada conseguiu se sair muito bem na eleição.
Vento nas costas
Duas lideranças que saíram muito mal das eleições foram os ex-deputados federais Márcio Bittar (PSDB) e Antônia Lúcia (PR). Não conseguiram eleger nem os seus filhos para vereadores de Rio Branco. Além disso, amargaram derrotas pesadas no interior do Estado.
Balseiro
O homem de confiança do governador Tião Viana (PT) no Juruá, ex-prefeito Itamar de Sá (PT), teve uma eleição infeliz. Perdeu feio para o índio Isaac Lima (PMDB) em Marechal Thaumaturgo. O seu protegido e primo, Aldemir Lopes (PT), mesmo com as máquinas da prefeitura e do Estado desceu o Juruá em direção a Manacapuru.
Mais balsas
Mais derrotas em Porto Walter, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul mostraram que o PT não é forte no Juruá. Nem o sobrinho Itamar conseguiu eleger vereador de Cruzeiro do Sul. Mas Itamar deverá continuar sendo o coordenador do atual Governo do PT na região. Tem o estilo apreciado pelo governador.
Nisso acertou
Mas a tese de Itamar de Sá de que a FPA deveria lançar um nome que não fosse da política à prefeitura de Cruzeiro do Sul estava correta. O desempenho da Carla foi surpreendente tendo mais votos que Henrique Afonso (PSDB). O que atrapalhou foi mesmo a FPA desgastada por parte da população.
Essa não…
A vitória do PT de Mâncio Lima se deve ao deputado estadual Jonas Lima (PT) e a mais ninguém. Não adianta outros petistas desejarem tirar uma “lasquinha”. Ele montou um time de apoiadores para o seu irmão eleito, Isaac Lima (PT), que imobilizou os adversários.
Bem vivo
Nunca compartilhei da tese que o senador Sérgio Petecão (PSD) é carta fora do baralho para a disputa do Senado em 2018. Ele faz politica o tempo inteiro. Tanto que elegeu a prefeita de Tarauacá, Marilete Vitorino (PSD), André Maia (PSD) em Senador Guiomar e a irmã Lene Petecão (PSD) vereadora de Rio Branco.
Vai dar certo
Conheço o vitorioso em Sena Madureira, Mazinho Serafim (PMDB). É um empreendedor nato. Poderá trazer inovações na gestão do município e fazer uma ótima administração. Capacidade e “coração” não faltam para o Mazinho.
Maior ainda
O PMDB saiu bem das eleições. Tinha feito quatro prefeitos em 2012 e, agora, elegeu seis. O presidente do partido Flaviano Melo (PMDB) e Vagner Sales (PMDB) saíram como lideranças consolidadas. O partido deve continuar reivindicando vagas majoritárias em 2018.
Bola nas costas
O ex-prefeito Dêda (PROS) dava como certa a vitória de Márcio Queiroz (PROS) em Rodrigues Alves. Mas Sebastião Correia (PMDB) conseguiu uma vitória incontestável. Parece que as coisas estão mudando em Rodrigues Alves.
Insatisfeito
O atual prefeito de Rodrigues Alves, Burica (PT), segundo me contaram, não queria essa união com o grupo de Dêda. Quem articulou foi o próprio governador Tião Viana (PT). Mesmo o vice que Burica queria na chapa não prevaleceu. Agora, não adianta porque seguirá junto na “balsa”.
Maior vitorioso
Já estava prevista a vitória do prefeito de Porto Walter, Zezinho Barbary (PMDB). Eu conheci o município durante a gestão do PT de Neuzari Pinheiro. A área urbana parecia abandonada era, certamente, o pior município do Acre. Barbary mudou isso. A região que margeia o Rio Juruá se tornou um cartão postal. Construiu casas na zona rural, ampliou a oferta de água potável e melhorou os serviços prestado pela prefeitura. Realmente não tinha como perder.