Para cinco prefeitos do estado do Acre, as eleições deste ano além de atípicas, pelas mudanças nas regras eleitorais, tem um gosto amargo como fel. Três deles: Tonheiro Ramos, Rivelino Mota e Roney Firmino, vão acompanhar as eleições este ano de dentro de uma cela, na cadeia. Os outros dois: Jonas Dalles e Everaldo Gomes, estão impedidos até de colocar os pés na prefeitura, foram afastados por ordem judicial de seus cargos.
As eleições dos cinco prefeitos em suas respectivas cidades e regionais envolveu mais de 17,4 mil eleitores. Everaldo Gomes, foi eleito por Brasileia com uma votação apertada, com apenas 529 votos de diferença, porém, foi a mais expressiva entre os acusados, obteve 6.090 votos. Depois vem Roney Firmino, que obteve 5.772 votos. Tonheiro Ramos teve a confiança de 2.005 eleitores do Bujari e Rivelino Mota de 1.088 cidadãos de Santa Rosa do Purus, a mais isolada cidade do Estado do Acre.
Segundo a Polícia Federal confirmou, foram cumpridos 12 mandados judiciais sendo 04 de condução coercitiva, 04 de busca e apreensão e 04 mandados de prisão. Os crimes relacionados às práticas das empresas são, além de fraude, associação criminosa e frustação de direitos trabalhistas.
As investigações apontaram que havia uma espécie de simulação de concorrência. Assim, apenas empresas marcadas ganhavam os processos licitatórios. Ao menos quatro empresas participavam diretamente do esquema ilegal. Em média, o grupo pode ter movimentado, criminosamente, a quantia de R$ 12 milhões.
Quando encerravam as atividades, as empresas deixavam milhões em dívidas trabalhistas, pois, além de fraudar os processos, cancelavam os contratos com o poder público, tudo no intuito de não ter os saldos a receber bloqueados pela Justiça. Os trabalhadores era portanto, vítimas indiretas do esquema.
Everaldo Gomes é acusado de participar de um esquema que praticava fraudes e desvio de recursos públicos, além de lavar dinheiro e fraudar documentos públicos. Todos estão sendo indiciados. O processo corre em segredo de Justiça.
Um ex-prefeito da cidade, Aldemir Lopes, também foi alvo da operação e teve prisão decretada. Aldemir que chegou a ser nomeado para o Conselho Político da candidata Eliane Sinhasique, em Rio Branco, teve prisão relaxada, mas é preso domiciliar.
Recordista em afastamentos, Jonas Dales, do município de Acrelândia, é o que possui ficha mais suja, está fora do município, na última decisão judicial, por 90 dias, não deve voltar ao cargo nem para repassar a faixa ao seu sucessor. Uma das acusações que pesam contra Dales é do Conselho de Educação por suposto desvio de recursos do Fundeb. Jonas teve patrimônio bloqueado.
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