A greve bancária, que entra pelo 24º dia, tem causado transtornos à população de todo o Brasil. Há quem não aprove a paralisação por motivos óbvios, mas ela necessária para que os banqueiros remunerem melhor aqueles que fazem a roda da fortuna girar.
Bancos são um grande negócio no País. Mais do que em qualquer outro lugar, eles apresentam rentabilidade de fazer inveja aos megainvestidores internacionais.
Com a crise, as instituições financeiras amargaram prejuízo de 20% no primeiro trimestre do ano, mas ainda assim seus lucros são astronômicos.
Somados os ganhos de 12 das instituições de capital aberto (com ações negociadas na bolsa), relativos a 2016, os ganham totalizam R$ 13,17 bilhões. Esse dado corresponde a uma queda de 21,71% na comparação com o 1º trimestre de 2015.
Ainda assim, não há banqueiro brasileiro passando necessidade. Levantamento da Economatica, por exemplo, considera o lucro liquido de 12 bancos: Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, ABC Brasil, Banco Pan, Banestes, Banrisul, Baycoval, Finansinos, Parana e Pine.
O Banco do Brasil foi o que registrou maior queda no lucro, de 59,5%. Amealhou no período a “bagatela” DE R$ 2,3 bilhões. O Itaú teve mais sorte, com lucro líquido de 5,1 bilhões, e queda na receita queda de 9,5%. O Bradesco recuo 5,3%, com lucro de R$ 4,1 bilhões.
A Caixa ficou na lanterna do ranking, com queda de 45,9% no lucro no 1º trimestre, e ganho de R$ 838 milhões.
Ainda assim, o setor bancário lidera os ganhos entre as empresas de capital aberto. Surpreendentemente, no ano passado, apesar da crise, o lucro das 25 instituições com ações na bolsa somou R$ 70,5 bilhões. Trata-se de uma alta de 28,3% contra os R$ 54,9 bilhões no ano de 2014, de acordo com os dados da Economatica.
Funcionários que cruzaram os braços tem ciência dos valores amealhados pelos patrões. Cumprem jornadas extensas e extenuantes, com responsabilidade de lidar com muito dinheiro que não lhes pertence.
O abuso das instituições financeiras pode ser medido pela longa espera por atendimento na maioria das agências, sobretudo Caixa Econômica Federal e Bradesco.
Poderosas, essas empresas ignoram a lei municipal que limita o atendimento ao público. E sobrecarregam os servidores para economizar nos gastos com pessoal.
O mais incrível é que não força política no País capaz de enquadrar os bancos em critérios que beneficiariam os bancários e a população que não pode prescindir dos serviços prestados.
Nos governos Lula e Dilma, os bancos nunca lucraram tanto. Se agora essas instituições diminuem suas margens de lucro, é porque a intervenção petista na economia nos legou o caos em que vivemos.
Greves bancárias causam transtorno. Mas os grevistas precisam contar com a solidariedade dos que acreditam que os serviços podem melhorar.