O último debate entre os candidatos que disputam a prefeitura de Rio Branco no primeiro turno foi marcado por uma verdadeira guerra judicial entre Carlos Gomes, candidato da Rede Sustentabilidade, e a direção da TV Acre, afiliada da Rede Globo, que recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para impedir que ele participasse do programa televisivo juntamente com os demais candidatos. Gomes estava dentro do estúdio quando recebeu o convite da produção da emissora para se retirar do local. Na abertura do primeiro bloco, Eliane Sinhasique (PMDB) e Marcus Viana (PT) protestaram pela exclusão do candidato do partido de Marina Silva.
DE ÚLTIMA HORA
Liminar do TSE retira Carlos Gomes do debate da TV Acre
O clima de cordialidade do primeiro debate foi deixado de lado e os candidatos à prefeitura de Rio Branco Raimundo Vaz (PR), Marcus Viana (PT) e Eliane Sinhasique (PMDB) trocaram farpas durante o debate que teve quatro blocos de perguntas e respostas, sendo um bloco para considerações finais. No primeiro e no terceiro foram discutidos temas determinados pela produção. No segundo e no quarto blocos, os candidatos debateram temas livres temas. O confronto ficou por conta de Eliane Sinhasique e Marcus Viana, que trocaram ironias e desmentidos nos questionamentos que fizeram.
No tema geração de emprego, Eliane Sinhasique questionou Marcus Viana, se ele pretendia resolver a falta de emprego com a fábrica de goma do bairro Belo Jardim. Viana disse que o papel do município é ajudar os empreendedores e incentivar a abertura de novos negócios, destacando que sua administração já executa a proposta de alvará provisório [sugerida no plano de governo da peemedebista] desde 2013. A OCA do empreendedor também foi motivos de rusgas entre a PMdebista e o petista. Para o prefeito, a OCA realiza mais de 60 mil atendimentos. Já Sinhasique rebateu afrimando que o órgão não funciona.
No quesito educação, a nota do IDEB foi usada para Marcus Viana que perguntou a Raimundo Vaz, o que ele faria para melhorar os índices da capital. Vaz respondeu que o valor atribuído a nota do IDEB tem tudo a ver com os professores que têm se esforçado. Ele disse que vai continuar perseguindo soluções e vai atingir a meta, valorizando a formações dos professores da rede municipal. Viana afirma que os novos caminhos estão divididos em três propostas: universalização pré-escola, formação continuada e o mapeamento de escolas que ainda não atingiram o índice de 5.8 – promovendo o apoio pedagógico.
No segundo bloco, quando os candidatos tiveram a oportunidade de discutir temas livres, Marcus Viana e Eliane Sinhasique falaram sobre a venda de cervejas e a compra de pãezinhos nos mercados públicos municipais. Sinhasique afirma que a prefeitura “não coloca os produtos da forma que as pessoas possam enxergar” e os mercados não têm clientela. Viana rebate e ressalta que foi proibida a venda de bebidas porque as donas de casa vão no local comprar pão quentinho. A peemedebista disse que não há padaria nos mercados. “Não tem pão quentinho nos nossos mercados. Tem tapioca”, ironizou ela.
Sem atentar para reversão do sistema de abastecimento de água da prefeitura para o Estado, Raimundo Vaz indagou Marcus Viana pelas medidas para oferecer água de qualidade à população. “Você sabe que de 2011 para 2012 o sistema foi estadualizado. A prefeitura fez isso e o governador entendeu que o Estado tem maiores condições de investimento. O sistema ampliou e vários bairros contam com abastecimento. Cabe a prefeitura ser parceria do Depasa e acompanhar os investimentos. Vaz acredita que apesar da reversão, “a prefeitura continua com responsabilidade”, questionando o PH da água que estaria fora do padrão.
O imbróglio da paralisação das obras do Shopping Popular não deixou de ser lembrando por Eliane Sinhasique, que pediu que Marcus Viana confirmasse que durante reunião com camelôs afirmou que Michel Temer seria o culpado pelo bloqueio dos recursos. “A gente não deve colocar uma obra tão importante como esta em debate político”, disse Viana, que preferiu pedir apoio e união da bancada federal para continuar as obras. Na tréplica, Sinhasique afirmou que as obras estão paralisadas por culpa da administração [federal] petista que mandou recursos para países como Venezuela e Cuba.
Esporte, Coleta de lixo seletiva e funcionalismo foram os temas do terceiro bloco temas determinados. Eliane Sinhasique apresentou a proposta de ocupar o vazio urbano com praças esportivas e incentivar competições em nível municipal e nacional, além de prometer uma campanha de conscientização para coleta seletiva de lixo. Marcus Viana falou da aprovação do plano municipal de resíduos sólidos e implantar eco pontos nas regionais para fazer a separação dos materiais. Eliane alegou falta de diálogo de Marcus Viana com servidores. O prefeito rebateu dizendo que a folha de pagamento saiu de 200 milhões para 300 milhões de reais na sua administração.
No quarto bloco, a peemedebista continuou as perguntas direcionadas ao petista. Eliane Sinhasique queria saber o que o prefeito fez com os 70 milhões a fundo perdido que Dilma enviou em 2014. Marcus Viana falou de construção de novos postos, creches e as obras de duplicação em diversos pontos de Rio Branco. “Quase 400 mil fiscais estão vendo o que estou fazendo. Eu passaria o debate todo falando de tudo que nós conseguimos fazer”. Na réplica, a peemedebista disse que a pergunta não foi respondida, destacando que “o dinheiro era para mobilidade urbana. Viana disse que não sabia por onde a sua adversária estaria andando para não notar as obras de sua administração.
Contrariando com a polarização do debate, Raimundo Vaz lamentou que as atenções foram direcionadas aos candidatos do PMDB e PT. “É lamentável que num debate a gente vê tanta tangência. O prefeito não responde uma pergunta. Vaz queria saber qual a receita, qual a despesa da Emurb e quanto Marcus Viana recebeu em caixa e quanto vai deixar. Viana assegura que governou “com amor no coração”. O petista alfinetou Raimundo Vaz. “Enquanto esteve na base elogiava a administração”. Marcus Viana revelou ainda que os parentes de Vaz indicados para cargos de comissionados continuam tralhando na prefeitura, apesar de o vereador decidir sair candidato e fazer oposição à administração do PT.
Uma inserção gravada pelo candidato do PSDB à prefeitura de Porto Vallho, quando o tucano apresenta Rio Branco como modelo de administração foi a cereja no bolo de Marcus Viana. Ele encerrou o debate interrogando se Raimundo Vaz e seu vice Francineudo Costa (PSDB) compartilhavam da opinião do tucano de Rondônia. “Eu creio que não posso compartilha com uma pessoa que tem como exemplo seu governo. Não tenho este exemplo na vossa gestão. Não posso compreender que isso seja copiado por ninguém. Eu e Francineudo, jamais compartilhamos esta opinião”, finaliza Vaz.
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