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Taxa de juros do cheque especial bate novo recorde: 321,1% ao ano, diz Banco Central

A taxa de juros do cheque especial subiu em agosto. De acordo com informações do Banco Central (BC), divulgados hoje (28), em Brasília, a taxa do cheque especial subiu 2,7 pontos percentuais, de julho para agosto, e chegou a 321,1% ao ano, estabelecendo novo recorde na série histórica do BC, iniciada em julho de 1994.


Neste ano, a taxa do cheque especial já subiu 34,1 pontos percentuais em relação a dezembro de 2015, quando estava em 287% ao ano.


Outra taxa de juros alta é a do rotativo do cartão de crédito. Em agosto, na comparação com o mês anterior, houve alta de 3,5 pontos percentuais, com a taxa em 475,2% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 43,8 pontos percentuais. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão.


Compras pagas com juros


A taxa média das compras pagas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados, subiu 0,8 ponto percentual e ficou em 152,2% ao ano.


A taxa do crédito pessoal aumentou 0,1 ponto percentual para 132,3% ao ano. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) também subiu 0,1 ponto percentual para 29,3% ao ano.


A taxa média de juros cobrada das famílias caiu 0,1 ponto percentual, de julho para agosto, quando ficou em 71,9% ao ano.


A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas ficou estável em 6,2%.


A taxa de inadimplência das empresas também ficou inalterada em 5,2%. A taxa média de juros – cobrada das pessoas jurídicas – ficou em 30,7% ao ano, alta de 0,3 ponto percentual em relação a julho.


Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.


Crédito direcionado


No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas caiu 0,2 ponto percentual para 10,4% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,5 ponto percentual para 12,3% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em 1,8% e das empresas subiu 0,2 ponto percentual para 1,3%.


De acordo com o Banco Central, o crédito não cresceu de julho para agosto. O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos ficou estável em R$ 3,115 trilhões.


Esse valor correspondeu a 51,1% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – ante o percentual de 51,5% registrado em julho deste ano. Em 12 meses encerrados em agosto, o saldo das operações de crédito caiu 0,6%.