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PF diz que empresários do Acre se uniram para derrubar e vender madeira ilegal

Por
João Renato Jácome


A Operação “Corpo e Alma”, da Polícia Federal (PF), pôs fim nesta quarta-feira, 21, a um esquema que fraudava documentos, derrubava e comercializava madeira ilegal no Acre. Ao menos cinco madeireiras acreanas estão envolvidas no esquema ilegal. Seis pessoas foram presas e outras 10 levadas à delegacia. Os nomes dos detidos não foram divulgados pela PF.


Segundo a Polícia Federal, as cinco empresas acessavam o sistema DOF/IBAMA, utilizado para a liberação de derrubadas e informações sobre as respectivas vendas das madeiras e fraudavam os processos, declarando uma espécie de créditos existentes para as derrubadas. Além disso, entre si, as empresas emprestavam créditos umas às outras.


“Toda madeira para ser explorada, é preciso ter uma preservação da origem dela. Essa associação criminosa maquiava o sistema dando aos olhos do mercado a aparência de que essas origens eram lícitas, e faziam isso pelo sistema do Ibama. A empresa emitida que recebia o DOF e dava o aceite”, conta o delegado Victor Negraes, da Delegacia de Meio Ambiente.


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Segundo o investigador, ainda não há indícios de que servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) tinha ligação com o grupo criminoso. “Bom, até o momento ainda não temos nada sobre isso. Inclusive o Ibama nos ajudou no início da investigação e eles foram informados hoje da operação, após a deflagração”, comenta Negraes.


Os dados preliminares das investigações mostram que já foi movimentado R$ 7 milhões, sendo desmatados 200 hectares, o equivalente a 300 campos de futebol. Até às 11 horas desta quarta, apenas dois mandados não haviam sido comprimidos, sendo um de condução coercitiva e outro de prisão.



Durante a consecução de medidas especiais de investigação, verificou-se que alguns investigados nomeavam a madeira ilícita, em suas conversas, como corpo e, por outro lado, o DOF (“papel”) como alma, razão pela qual a Operação foi batizada de Operação Corpo e Alma. Os trabalhos ocorreram no Acre, Rondônia e Espírito Santo.


O delegado afirmou ainda que nem todos alvos da primeira fase da operação foram indiciados. Contudo, nos próximos dias isso deve ocorrer, enquadrando-os nos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, lavagem de capitais [diheiro] e associação criminosa.


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João Renato Jácome

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