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Taxista e Pastor estão entre os quatro candidatos a prefeito de Manoel Urbano, uma cidade destruída

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Cidade vive da esperança de instalação na região do maior projeto de manejo sustentável de florestas e o maior projeto de manejo certificado do Brasil. Financiado com capital Europeu, o investimento ainda não trouxe os resultados esperados para economia local.


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A cidade que mais apresentou problemas estruturais e, que teve, o atual prefeito por diversas vezes anunciando vontade de renunciar, estranhamente, tem o maior número de candidatos a prefeito. Manoel Urbano, a cidade que se originou do seringal Colocação Tabocal, e que depois seu nome mudou para Vila Castelo tem quatro candidatos a prefeito. Ale Araújo, do DEM, atual prefeito, desistiu da reeleição.


Izaute Barroso de Souza é o candidato que recebe as bênçãos do Palácio Rio Branco. Aos 38 anos, natural de Sena Madureira, com ensino fundamental completo, Izaute é taxista, reuniu apenas quatro partidos em sua coligação: PRB / PT / PSB / PV. Ele apresentou R$ 135 mil de patrimônio ao TRE-AC.


Antonio Jociclecio de Souza Silva, é candidato pelo PSDC. Kecio Almeida é o seu nome de urna. Solteiro, aos 39 anos, ele também natural de Sena Madureira, o partido cristão não conseguiu coligar com outras siglas. Sem informar qual a sua ocupação, Kecio também não declarou bens à Justiça Eleitoral e nem proposta de governo aos eleitores.


O Pastor Aldemar, do PSD, com apoio do senador Sérgio Petecão, se apresenta com a proposta de construir uma nova história para Manoel Urbano. A coligação envolve partidos como PCdoB, e também o PR e PPS. Aldemar tem R$ 20 mil de patrimônio, foi eleito em 2012 pelo PPS como vice-prefeito na chapa do atual prefeito Alen Araújo.


Completando o time de candidatos sucessores a Alen Araújo, se apresentou como candidato José Altaníziio Taumaturgo Sá. Tanízio, aos 48 anos, é solteiro, tem um patrimônio avaliado em R$ 2,1 milhões, concorre pelo PMDB, coligou com PP e o PSDB. O milionário candidato é natural de Sena Madureira e empresário.


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Desafios
Tripé do desenvolvimento sustentável ainda
não deu resultados positivos para o município


Com uma gestão de Alen Araújo, que se elegeu pelo Democratas, a cidade parece ter sido abandonada pelo governador Sebastião Viana. As péssimas condições da BR 364 chegaram às ruas do município que parece ter sofrido um bombardeio, tamanho o número de buracos. O município completou 53 anos de fundação com vários protestos, inclusive de taxistas que atuam no trecho Manoel Urbano/Rio Branco.


A rua Mendes Araújo, uma das principais da cidade, se transformou em um caminho estreito. Quando chove até as bicicletas ficam impossibilitadas de trafegar no local. A situação ficou tão precária que, aos 62 anos, o produtor agropecuário, com ensino médio completo, eleito em 2012 pela primeira vez com o apoio dos partidos PP, PMDB, PSC, PPS, DEM, PSD e PT do B, o prefeito Ale ameaçou renunciar ao cago.


A chegada da empresa Agrocortex foi uma esperança para o povo de Manoel Urbano. Os empresários prometeram a consolidação de gerar 350 postos de trabalho. Foi o maior projeto de manejo sustentável de florestas e o maior projeto de manejo certificado do Brasil.

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Financiada por investidores europeus, a empresa Agrocortex Madeiras do Acre Agroflorestal Ltda, do grupo português Domínio Capital, vai explorar nos próximos 30 anos um plano de manejo florestal sustentável numa área de 190.210 hectares nos estados do Amazonas e do Acre. Trata-se de um investimento de R$ 100 milhões, dos quais já foram investidos R$ 80 milhões em seu complexo madeireiro na margem direita do Rio Purus, no município de Manoel Urbano (AC), a 230 quilômetros de Rio Branco, onde duas serrarias já estão em operação, mas ao todo serão dez serrarias até o final do ano.


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A empresa já começou a comercializar a madeira serrada para o mercado interno e externo. Máquinas florestais robustas chamadas skidders arrastam árvores da floresta cujas toras são levadas para o pátio de estocagem em caminhões trucados equipados com carretas tipo Romeu e Julieta com capacidade de transportar até 80 toneladas. A retirada anual está estimada em 150.000 m³ de toras de 42 espécies, principalmente mogno, cedro rosa, cerejeira, angelim, jatobá e cumaru-ferro. A Agrocortex espera faturar R$ 135 milhões por ano com o comércio dessas madeiras nativas de alto valor.


A madeira será explorada na área da Fazenda Seringal Novo Macapá, localizada nos municípios Boca do Acre e Pauini, ambos no Amazonas, e Manoel Urbano. A exploração ocorre em 97,9% da área, em território do Amazonas, e 2,1% em território do Acre. A propriedade pertence ao empresário Moacir Eloy Crocetta Batista, que regularizou o plano de manejo em 2010 e o negociou com a empresa Agrocortex, criada no ano passado, financiada por espanhóis e portugueses. Detalhes da participação dele no empreendimento não são revelados pela empresa.


Quase um ano após a implantação do empreendimento, praticamente nada mudou na vida sócio-econômica do município. Com uma realidade bem diferente dos ramais de acesso à empresa, as ruas da cidade continuam esburacadas, a juventude desempregada e desestimulada. O setor produtivo, formado em sua maioria com ribeirinhos, sem nenhum incentivo estatal. O prefeito Alen Araújo desistiu de ser candidato à reeleição.


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