Mais de 90 medidas judiciais foram cumpridas na manhã desta quinta-feira, 15, em Rio Branco e Cruzeiro do Sul pela Polícia Civil durante a 1ª fase da Operação Êxodo. Foram presas 63 pessoas feitas 31 buscas e apreensões.
A maioria dos presos integra o Comando Vermelho no Acre. Eles agiam na prática de roubo, homicídio, tráfico, associação ao tráfico, associação criminosa, além de ataques contra patrimônios. Entre os integrantes estão Erika Cristina de Oliveira Costa, assessora parlamentar do deputado Major Rocha (PSDB) e seu esposo Mariceudo Silva do Nascimento, o Ramos Flay, braço direito de Paulinho Calafate, presidente do Comando Vermelho, que também foi preso pela polícia.
Ramos Flay, que também tinha ligação informal com o deputado, ajudava o chefe da facção nas ações de organização da facção e execução de crimes.
O delegado Alcino Junior, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil, detalhou por meio de um organograma a participação dos presos. “Olhar da polícia enquanto investigação, serviço de inteligência precisa verificar os padrões, precisa avaliar essa inserção do crime dentro da política. É um viés muito perigoso, um viés que a Polícia Civil tem avaliado, que é justamente verificar esse tipo de influência, e até mesmo tentando alavancar candidaturas e tá subsidiando de forma até financeira pessoas que estão representando, como deveria ser, o povo”, disse.
“Uma assessora formalmente vinculada a um deputado participando de reunião onde tinham pessoas ligadas ao Comando Vermelho, e lá é encontrado uma grande quantidade de entorpecentes, dinheiro, balança de precisão, aí você pode avaliar qual que realmente é a intenção”, salientou.
Entre os empresários foi presa Bruna Fernanda, proprietária do Quiosque da Bruna, badalada casa de entretenimento de Rio Branco. Ela é acusada de participação na organização criminosa ao lado do esposo, Julio Navarrete, o Peruano, que também está preso por lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e armas.
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“É um trabalho contínuo da polícia, que vai continuar em outras operações. Somente nos últimos 40 dias já foram presas 500 pessoas nessas ações”, disse o secretário de Segurança, Emylson Farias.
O deputado federal Major Rocha informou que desligou Erika Oliveira de seu gabinete imediatamente assim que foi informado dos fatos.Ele também disse que ela trabalhava pra ele há dois meses e acrescentou que vai esperar as apurações.
“Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O tio do governador foi preso por estuprar uma criança. E eu não posso acusar o governador de nada. Ninguém sabe quem é quem. Eu afastei ela do meu gabinete. O fato é que ela trabalhou não só pra mim, mas trabalhou pro Márcio, pra o Gladson. Trabalhou pra oposição na eleição passada. Eles tinham um comércio ali na beira do rio (rio Acre) e esse bar pegou fogo. E aí me pediram ajuda. Há dois meses atrás, ela tem dois meses que está no meu gabinete, eu consegui espaço pra que ela fizesse mobilização ali naquele bairro perto da antiga Corrente. O que coube a mim foi afastar e esperar a apuração”.
Confira a Nota de Esclarecimento do PSDB
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