Ao final do segundo mandato do governador Sebastião Viana, o ciclo do petismo no Acre terá durado duas décadas. De Jorge Viana a Binho Marques, e deste último a Sebastião, serão exatos 20 anos de promessas sobre a conclusão dos 715 km da estrada mais cara do País.
Segundo informações levantadas pela assessoria do senador Sérgio Petecão (PSD), mais de 2 bilhões de reais foram gastos pelos três governantes do PT no asfaltamento da rodovia. E ainda assima BR-364 deixou de existir entre Manoel Urbano e a ponte do rio Liberdade, em Cruzeiro do Sul. Nosso dinheiro virou pó.
Um cálculo rápido nos permite chegar à impressionante cifra de mais de 2 milhões e 800 mil reais por km de asfalto. Uma fortuna se comparada aos preços praticados em qualquer lugar, seja dos centros populosos aos recônditos mais desabitados do Brasil.
E antes mesmo de chegar ao poder, o PT já fazia da 364 uma bandeira de luta. Sob o manto do ecologismo xiita, os representantes da sigla se esforçaram ao máximo para impedir que o projeto fosse levado a cabo pelo então governador Orleir Cameli.
Em nome da flora, da fauna, dos índios e demais povos da floresta, condenou-se a intenção de levar adiante a empreitada, sob o risco eminente de que ela se tornasse a principal causa da manutenção do partido longe do poder.
Tão longo emponderados pelos eleitores, os companheiros trataram de mudar de discurso, e passaram a fazer da pavimentação da rodovia uma questão de sobrevivência política e longevidade no poder.
A 364 não saía do discurso do então governador Jorge Viana, reeleito em parte graças aos esforços empregados na conclusão da obra. Binho viria em seguida, com menos apelos midiáticos, mas atento aos compromissos firmados pelo antecessor. Com Sebastião Viana no cargo, a fantasia edulcorou-se, havendo até o estabelecimento de prazo para a inauguração.
Como previsto pelos visionários petistas, a BR 364 sempre rendeu muitos votos. Tantos que até o prefeito de Rio Branco, Marcus Viana, foi apresentado, em sua primeira eleição, como o grande “gerente” por trás da obra.
Tendo virado pó, a BR-364 sumiu da propaganda eleitoral da Frente Popular – e só deverá reaparecer quando o PT apresentar o substituto de Sebastião.
Até lá, todos o que pretendem ir de Rio Branco a Cruzeiro do Sul (ou vice-versa) terão de enfrentar a dura realidade de uma estrada que não resiste aos efeitos de uma única estação chuvosa, apesar da fortuna que nos custou.
Fossem os gastos compatíveis com as exigências técnicas da obra, sempre alegadas pelo atual governo – bem como por seus antecessores –, não teríamos uma base governista tão avessa à CPI que pretende investigá-los.
O fato é que a maior parte da rodovia sumiu em meio à fantasmagoria das promessas eleitoreiras.
E não há como recuperar a montanha de dinheiro que os três governos do PT enterraram por lá.
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