O trabalho infantil tem ganhado força no Acre desde 2014. É o que aponta um levantamento do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho infantil (FNPETI), divulgado essa semana em todo o país. Os resultados levam em conta dados da Organização das Nações Unidades (ONU) e, ainda, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O número de crianças e adolescentes que trabalham no Brasil aumentou 4,5% em 2014. Nesse mesmo sentido, contudo numa escala fortemente maior, no Acre, o aumento foi de 67,9% na virada de 2013 para 2014. Os dados tornaram-se objeto de estudo internacional. Vale lembrar que os números tratam apenas de crianças entre 5 e 13 anos de idade.
Quando comparada a faixa etária de 5 a 17 anos, os dados são ainda mais alarmantes. Em 2013, em cada um mil crianças, 13 trabalhavam. No ano seguinte, 2014, na mesma escala, o quantitativo saltou para 23. O aumento foi de 10 crianças trabalhando ainda na menor idade. Uma elevação de 9,7%, deixando o Acre em 9º lugar no ranking nacional.
SETORES – Do total de ocupados, a maioria atua em atividades ligadas a agricultura, pesca e pecuária (30,8%). Os outros setores onde há mais trabalho infantil são comércio e reparação (23,9%), serviços (13,9%) e indústria (10,7%).
Os rendimentos dessas crianças e adolescentes em 2014 eram, na média, de 72,1% do salário mínimo daquele ano (de R$ 724). Do total dos que trabalham, 19,7% não estudavam quando foram entrevistados.
CENÁRIO NACIONAL- Mesmo com a elevação de 2014, o trabalho infantil tem uma trajetória de queda na maioria dos anos desde 1992, quando inicia a série histórica da FNPETI. Os números foram manchete no jornal Folha de São Paulo desta quarta-feira, 7 se setembro.
O estudo foi feito em parceria da organização com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Foram analisadas informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) anual de 2014, feita pelo IBGE.