Reinaldo Domingos*
O uso do FGTS para garantir o crédito consignado foi aprovado, mas esconde uma série de riscos. A ideia é que o trabalhador possa disponibilizar 10% do que tem depositado no seu fundo, somados aos 40% de multa por ter sido despedido, como garantia ao financiamento que está contratando.
De início, parece ser um benefício para a população, mas a verdade é que é mais uma ferramenta de obtenção de crédito e que pode minimizar os ganhos da população no futuro e trazer sérios problemas.
O que as pessoas não percebem é que o FGTS é uma garantia para o futuro. E por isso, na maioria das vezes, só pode ser usado em situações específicas. O FGTS funciona como uma poupança forçada para o trabalhador, então, não vejo com bons olhos o uso dos recursos para a amortização de dívidas.
Avalio que o trabalhador deve enxergar o fundo como um investimento em longo prazo e respeitar o mesmo. Deve ser encarado como uma reserva estratégica em caso de aposentaria ou demissão. Embora o rendimento seja o menor do mercado, o FGTS é uma forma de forçar o trabalhador a ter uma poupança. As pessoas esquecem a sua finalidade. É uma poupança que ninguém pega ou penhora. O pensamento sobre o FGTS não deve ser o mesmo que outro investimento.
Assim, atrelá-lo ao crédito consignado é perder garantias, lembrando que a realização dessa obtenção do crédito não deve ser banalizada como ocorre atualmente. Hoje, o número de colaboradores de empresas, aposentados e pensionistas que pedem empréstimos com desconto em folha de pagamento, cresce consideravelmente.
O resultado é que os brasileiros estão batendo recordes de inadimplência, por isso, muito cuidado! É importante que as pessoas tenham consciência na hora de utilizar essa linha de crédito. Pensando nisso, preparei dez orientações que devem ser levadas em conta:
Antes de tomar qualquer crédito, é importante conhecer a sua real situação financeira, ou seja, fazer um diagnóstico financeiro, descobrindo para onde vai cada centavo do seu dinheiro durante o mês, registrando também as dívidas, caso existam; grande vilão em sua vida.
*Reinaldo Domingos é mestre em Educação Financeira e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras.
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