O roteiro da candidatura de Marcus Alexandre (PT) à prefeitura de Rio Branco foi muito bem planejado. Primeiro a indicação de Socorro Nery (PSB), oriunda de partidos da oposição, à vice. Muita gritaria e questionamentos e o tempo trouxe o esquecimento do fato. Em seguida, a retirada do vermelho da campanha e da estrela do PT. Mais uma vez o assunto mereceu destaque por alguns dias e desapareceu no turbilhão de informações da eleição. Também nada de “Fora Temer”. Pelo contrário, Marcus deu algumas declarações desejando sorte ao novo presidente. Mas aí vem o senador Jorge Viana (PT) dar uma entrevista para “lamber as feridas” da presidenta destronada Dilma (PT) e puxa o fio da meada da disputa à prefeitura de Rio Branco. Ao invés de exaltar as qualidades do seu candidato Marcus Alexandre (PT) resolve desancar a adversária Eliane Sinhasique (PMDB). Foi como cutucar a onça com vara curta. As reações nas redes sociais foram intensas. Gente que estava quieta com a frieza do pleito voltou à cena. Um mar de críticas pelo tom autoritário utilizado pelo senador petista. Ficou a sensação de que tudo que havia sido colocado delicadamente no seu lugar para não atrapalhar o candidato petista ressurgiu com força total. Resumindo, o PT voltando a ser o PT puro sangue.
Como assim?
Eu não entendi a declaração de Jorge de que a candidata do PMDB estava sendo irresponsável com as suas propostas em tempos de crise. Ela não queria que Sinhasique apresentasse um plano de governo ou de metas aos eleitores e ficasse só batendo no seu adversário? Isso não tem sentido.
Mesma arma
Na realidade, Sinhasique está usando o mesmo método utilizado pelo PT em várias eleições. Ou seja, dizer que terá o presidente Temer (PMDB) ao seu lado para conseguir recursos e implementar o seu plano de governo na prefeitura de Rio Branco, caso seja a vencedora. Alguma coisa fora da ordem?
Uma coisa é uma coisa
Que Jorge Viana é um dos melhores políticos da história do Acre não há dúvida. Mas talvez não tenha percebido que as coisas mudaram no Brasil e no Acre. Não dá mais para impor o seu ponto de vista num tom autoritário sem ter uma reação de volta.
Outra coisa é outra coisa
Jorge tem se destacado na sua atuação como senador. Mas existe momento que é preciso prudência. Na minha avaliação, deveria ter usado a entrevista para falar do impeachment e manifestar apoio ao seu candidato que está na frente nas pesquisas. Ele fez foi estimular os adversários à batalha.
A hora da mudança
Isso é a minha opinião. Acho que vencendo ou perdendo a eleição dificilmente Marcus Alexandre continuará no PT. E pelo andar da carruagem arrisco até um palpite para o seu destino. Acho que o PRB poderá ser uma opção para Marcus.
Bom tempero
Marcus se converteu a uma religião evangélica. Tem boas relações com o vereador Pastor Marcos (PRB) e com o deputado federal Alan Rick (PRB). Além disso, o PRB é um dos partidos do “centrão” que mais cresceu com o impeachment e não deve ser fulminado com as mudanças políticas que vem pela frente.
Falta de assunto
Assisti na ALEAC um extenso debate entre o líder do Governo, Daniel Zen (PT) e o deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB) sobre o impeachment. Sessão nas véspera de feriado dá nisso. Me pareceu algo despropositado. Afinal, a ALEAC existe para se debater assuntos de interesses do Estado. Não é a Câmara Federal.
Na estrada
Enquanto isso, alguns deputados não deram as caras na sessão por estarem em campanha nos municípios. Jonas Lima (PT), Leila Galvão (PT), Jenilson Leite (PC do B), Maria Antônia (PROS) e Nicolau Júnior (PP) estão empenhados em eleger prefeitos e vereadores.
Plantando para colher
Os deputados estaduais terão uma disputa pela reeleição daqui a dois anos. Não podem cochilar senão o cachimbo cai. É importante ter prefeitos e vereadores aliados para formar base eleitoral em 2018. Sem dizer que alguns têm sonhos maiores.
Sonho meu
Entre os atuais estaduais, Éber Machado (PSDC) é um dos que deseja disputar uma vaga para deputado federal, em 2018. Ele conseguiu reestruturar o PSDC em todo o interior do Acre e está fazendo uma trajetória política para ter chances reais nas próximas eleições.
Assim não…
Quando eu vim morar no Acre há 14 anos, muitos amigos do Sudeste me perguntavam se não era perigoso ser jornalista por aqui. Eles têm uma imagem errada que o Acre pode ser violento por questões políticas. Desde que estou aqui, tirando as brigas triviais de todas as eleições, sem violência física, nunca vi nada que pudesse colocar os profissionais de imprensa em risco. Mas a tese foi quebrada com a covarde agressão contra o meu amigo jornalista Jorge Natal, em Porto Walter. Uma estupidez sem tamanho. Natal teria feito uma matéria em que acusava alguns membros do PT de lá de ganharem sem trabalhar. Algo fácil de se provar o contrário, de pedir direito de resposta e até retratação. Mas segundo as informações que constam do Boletim de Ocorrência, na delegacia de Porto Walter, Natal foi agredido pelo presidente municipal do PT, Carlos Padeiro. O jornalista está trabalhando na rádio Ocidental FM, com sede no município, e de propriedade do empresário Alan Almeida, produzindo uma série de entrevistas e debates com os candidatos à prefeitura. Se uma matéria é questionável que se use a Justiça, mas a agressão física é um recurso vil que só gera mais violência. Assim não minha gente…Minha solidariedade ao Jorge Natal, na esperança que fatos como esse nunca mais ocorram no Acre.
Chegou no fim da noite desta sexta-feira (22), no aeroporto Plácido de Castro, em Rio…
O governador Gladson Cameli compareceu no Palácio Rio Branco na noite desta sexta-feira (22) para…
A equipe de cerimonial do Governo do Acre, ligado à Casa Civil, prepara os últimos…
O advogado Rafael Dene venceu por dois votos de diferença o também advogado Efrain Santos…
O ex-governador do Acre e ex-senador Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Exportação -…
Uma colisão entre um carro e uma bicicleta deixou o idoso Manoel Martins de Lima,…