Município sede do projeto piloto de sustentabilidade, a Floresta Estadual do Antimary, sofre com desemprego. Única indústria, a de embutidos fechou as portas dois anos depois de inaugurada. Cidade está cheia de buracos.
O primeiro município localizado no nordeste do estado do Acre, Bujari, tem cinco candidatos a prefeito. Se divididos os votos seriam em média 1.500 eleitores para cada candidato. Nem oposição e nem situação conseguiram juntar forças em torno de um único projeto. Partidos que historicamente caminharam juntos na Frente Popular, PT, PCdoB e PSB, divergiram este ano. PP e PMDB também saíram cada uma para o seu lado. Envolvido até o pescoço em escândalo, o atual prefeito, Tonheiro Ramos, desistiu da reeleição.
Dos cinco candidatos, três tiveram candidaturas deferidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre: Clovis Melo (PT), Francisco Bessa (PMDB) e Zilmar Cândido (PP). João Teles, o Padeiro (PSB), Romualdo de Souza (PCdoB) aguardam julgamento de seus registros.
Aos 54 anos, Clovis Melo é o candidato da Frente Popular do Bujari. Servidor de carreira das secretarias de Educação e do Planejamento do Estado, Clóvis Melo já foi secretário adjunto de Produção do Estado, diretor-presidente da Cohab e secretário de Administração nos governos da FPA. Antes de lançar seu nome para prefeito do Bujari, ele vinha ocupando o cargo de diretor da Cageacre. Em 1992, Clovis foi prefeito do município pelo PMDB. Mesmo com todo esse currículo, Clovis apresentou apenas um veículo HB 20 ano 2013 como patrimônio, avaliado em R$ 35 mil.
Embora PP e PMDB tenham firmado aliança na capital com promessa de coligações no interior, Francisco Bessa é a ovelha negra deste pacto no Bujari. Não abriu mão de ser candidato e disputa com a ajuda do DEM a prefeitura.
Aos 41 anos, casado, Bessa era Gari da Prefeitura. Ele tem experiência legislativa na bagagem, já foi vereador por duas vezes, presidente da Câmara Municipal e candidato a vice-prefeito junto com Padeiro (PSB), em 2012. Nessa época, estava filiado ao PC do B. Um carro modelo Gol e uma moto fazem parte da lista de bens avaliada em R$ 11 mil apresentada por Bessa ao TRE-AC.
A terceira com candidatura já deferida é Maria Zilma da Rocha Paiva, pelo PP. Casada, professora do ensino médio, com nível superior completo, a cearense, natural de Ererê foi candidata em 2010 a deputada estadual, obteve 290 votos. Depois foi candidata a prefeita em 2012, obtendo 1.478 votos.
Entre 2010 e 2012 não foram apenas os votos que se multiplicaram a favor de Zilmar. Ela conseguiu uma evolução patrimonial invejável, saiu de R$ 20 mil declarados ao TRE-AC, para R$ 226 mil e, este ano, para R$ 392 mil. Entre os bens declarados pela professora estão uma casa financiada pela Caixa Econômica Federal, no valor de 260 mil e um prédio comercial, de R$ 100 mil.
Ela conta com o apoio do senador Gladson Cameli, coligou com PSD, PSDC, PSDB e PSD. Aos 48 anos Zilmar é criticada pela amizade que tem com o governador Sebastião Viana.
João Edvaldo Teles de Lima é o Padeiro. O oficio de padeiro aprendeu em Tarauacá, aos oito anos de idade, mas foi na cidade de Bujari, já adulto, onde o apelido pegou força, desde então deixou de ser o João Edvaldo Teles de Lima – FOTO – e passou a ser simplesmente Padeiro. O homem que com apenas a 3ª série do primário pode ser considerado doutor em sabedoria popular.
Aos 51 anos de idade, Padeiro (PMDB) foi eleito para conduzir pela terceira vez a prefeitura de Bujari (distante 28 km da capital), com 2.894 votos, 53% dos votos válidos contra 2.546 (46%) do atual prefeito Michel Marques (PT) seu único adversário na disputa.
Após a disputa, em setembro de 2008, Padeiro deixou o PMDB em setembro deste ano, depois de iniciar aproximação através da amizade com o governador Tião Viana, do PT. Embora tenha dito que saiu sem rancor, os peemedebistas não entenderam como uma ação de fidelidade a sua saída para o PSB. Ele foi citado na ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária, impetrado pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB.
Este ano, Padeiro concorre pelo PSB, partido do deputado federal César Messias que coligou com o PROS. Com patrimônio avaliado em meio milhão de reais, tem 60 anos, é casado e continua com ensino fundamental incompleto.
O comunista Romualdo de Souza Araújo é o mais novo entre os candidatos a prefeito do Bujari, tem 31 anos, é casado e conseguiu coligar com o PR e o PRB. Líder comunitário com larga experiência, ele tem como vice Orlando Diniz.
Romualdo já exerceu a função de coordenador de juventude do Bujari e o cargo de articulação política (2010 a 2012 ) do governo do Estado no município. O jovem que declarou patrimônio de R$ 185 mil conta com o apoio do deputado federal Alan Rick (PRB) e do ex-deputado estadual Edvaldo Souza. A avaliação é de que o poio do PRB fortalece o crescimento da candidatura de Romualdo no município.
