A campanha eleitoral no rádio e na TV segue morna. O atual prefeito Marcus Viana, do PT, insiste na insinuação de que necessita de mais tempo para fazer Rio Branco melhor. Eliane Sinhasique (PMDB) faz tantas promessas que é impossível saber quais as verdadeiramente exequíveis – dada a disparidade entre o que anuncia e a situação de precariedade orçamentária do município.
Já o candidato da Rede, Carlos Gomes, faz o que pode para cumprir tabela. Quanto a Raimundo Vaz, do PR, não há indício de que levaram a sério a sua candidatura, visto que nem programa de rádio a coligação apresentou até agora.
Quanto aos candidatos a vereador, eles somam mais mil em todo o Acre. E haja ladainha no horário eleitoral, muitas vezes saídas da cabeça de marqueteiros que acreditam conhecer o eleitor mais do que o bispo à Bíblia.
A campanha eleitoral não engrena e nem empolga por um conjunto de fatores – Conjunto da Obra – presentes na realidade política brasileira: um deles é que os eleitores estão cansados de ouvir promessas e ver, no final das contas, que a maioria dos eleitos quer mesmo é cuidar da manutenção do poder após ser coroados por aqueles.
Tanto o petista Marcus Viana quanto a peemedebista Eliane Sinhasique se enquadram nesta tese. Ele porque – nem mesmo tendo cumprido um mandato – já vislumbra a possibilidade de abocanhar outro, esticando assim a duração do domínio petista também sobre a maior cidade do Estado. E ela por ter sido eleita vereadora, em seguida deputada estadual – sinalizando agora que, a depender de sua vontade, não cumprirá sequer este último mandato.
Mas por incrível que possa parecer, Eliane e Marcus são os únicos com chances reais de vencer as eleições, segundo mostram as mais variadas pesquisas.
Faz parte do espetáculo da democracia a polarização das forças antagônicas. E no Acre essa tendência tem se cristalizado entre petistas e aqueles se acham capazes de derrotá-los. Os demais acabam apenas fazendo figuração.
Outro fator que embaraça o meio-campo dos políticos é a limitação orçamentária imposta pelas novas regras eleitorais.
Com a escassez de recursos, o PT dá mostras de que perdeu a criatividade de outrora. E o PMDB, claro, contava com a possibilidade de levar vantagem na ascensão de Temer à Presidência da República.
Quanto à parcela venal do eleitorado acriano, ela tampouco se sente atraída pelo presente pleito, acostumada que foi a tirar vantagens pecuniárias do período eleitoral.
Por todo o exposto, não será de admirar que tenhamos recorde de abstenções e de votos nulos e em branco.
Outubro, que está logo aí, nos dirá.
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