Na última entrevista da coluna dos candidatos à prefeitura de Rio Branco, Raimundo Vaz (PR). Engenheiro formado pela UFAC, vereador por quatro mandatos, servidor de carreira da prefeitura da Capital, o candidato tem 58 anos de idade.
ac24horas – Candidato por que o senhor quer ser prefeito de Rio Branco?
Raimundo Vaz – Penso que cada pessoa que se lança a esse projeto precisa ter algo que justifique para um desafio tão intenso. O candidato a prefeito de Rio Branco precisa primeiro conhecer a cidade, ter histórico e demonstrar para a sociedade que Rio Branco, por ser uma Capital de porte médio, tem que ter alguém com conhecimento capaz de promover o desenvolvimento e garantir a continuidade daquilo que funciona, mas também fazer o enfrentamento dos problemas. Não basta você decorar uma cidade e chegar dizendo que sabe dos seus problemas sem provar que sabe. No plano de governo cabem muitas propostas, mas o candidato tem que estar pronto para realizar o seu plano.
ac24horas – Qual o seu principal projeto para Rio Branco, caso ganhe a eleição?
RV – Primeiro é preciso se entender que existe uma crise. E para poder conviver com essa crise imposta pelo PT e o PMDB preciso de um plano para atravessar esse momento e ao mesmo tempo dar esperança e perspectivas reais de melhorias no futuro de forma urbanística. Primeiro eu penso em fazer as economias para tornar a máquina eficiente, para dar a segurança à sociedade e à garantia dos bons serviços prestados. Mas, sobretudo, fazer economia para que eu tenha uma cidade em que as pessoas estejam dispostas para desenvolver. Na sequencia é dar uma ordenação urbana, uma vez que ultimamente as políticas envolvidas não foram nessa direção de criar expectativas de uma vida melhor para o cidadão. Isso se reflete nos diversos temas que temos debatido e nas diversas pastas que a prefeitura dispõe para desenvolver as suas atividades. Especialmente quero me referir a um assunto transversal que é o meio ambiente, porque com base na florestânia e no extrativismo não aconteceram as oportunidades para os cidadãos.
ac24horas – Ganhando ou perdendo a eleição, qual o seu sonho na política, que cargo eletivo o senhor gostaria de ocupar no futuro?
RV – Eu tenho 30 anos de mandatos, sindicais, nos parlamentos estadual e municipal. Mas nunca pensei numa eleição já pensando na próxima. Essa campanha, por exemplo, estou trabalhando para ser prefeito porque além dos mandatos eletivos tenho 35 anos de serviços prestados à municipalidade. Ser prefeito será uma continuidade da minha vida pública e penso que não posso projetar nada para a próxima eleição daqui a dois anos. Tenho que pensar em fazer uma gestão redonda para que a sociedade tenha a certeza que pela primeira vez tem um candidato que se coloca como uma opção para acabar com a dualidade que existe entre PT e PMDB que têm governado Rio Branco por 24 anos e querem o continuísmo.
ac24horas – No cenário político acreano quem o senhor considera seu espelho de conduta? Quem são os seus ídolos políticos?
RV –Sempre tive na minha vida o conhecimento pleno dos que fizeram mal ao Brasil e daqueles que fizeram menos mal. Bem, pouca gente tem feito. Infelizmente nesses times que as pessoas compõem se vê muita pouca produção ao final dos seus mandatos. Eu não tenho um espelho para seguir. Tenho luz própria e sempre procurei fazer tudo correto preservando a minha independência e liberdade para que pudesse exercer de forma diferente os meus mandatos.
ac24horas – Mas quais os seus principais apoiadores na campanha?
RV – Outra vez eu sou diferenciado nesse aspecto. Eu não quis fazer alianças com pessoas de imagem positiva ou negativa só porque têm mandatos. Eu estou colocando no debate o talento de quem vai administrar. Eu não quero o talento de senadores para ganhar eleição, não quero de deputados federais, não quero talento de ninguém para ganhar essa eleição. Eu quero o talento da sociedade, da minha equipe e o meu talento para administrar. Porque se eu for confiar apenas em apoiadores certamente não terei a desenvoltura que Rio Branco exige do seu prefeito. Eu quero ter a liberdade para fazer a gestão do tamanho que ela merece. Sem interferência dessas pessoas que já conquistaram os seus mandatos e, agora, querem influir nos mandatos dos outros. Eu só quero o talento dos políticos para cumprir as suas obrigações constitucionais que é trazer pra cá os recursos e, assim vou exigir. Como não criei dependência com ninguém posso fazer uma administração mais redonda e qualitativa. Assim poderei exigir que eles cumpram com Rio Branco. Aqui mora a metade do povo do Acre e eu preciso que tragam a metade das emendas e dos investimentos do Estado.
ac24horas – Qual a sua opinião candidato sobre o impeachment da presidente Dilma (PT)?
RV – O Brasil já perdeu muito e o passar a limpo de toda essa situação nos permitiu conhecer os verdadeiros bandidos da política. Penso que a crise que foi instalada por esse anos de má gestão e, agora, conhecendo os autores da má gestão, precisamos absorver essa crise e enfrenta-la tendo novas ideias, uma nova administração que me permita colocar no centro do debate o enfrentamento do que vivemos, mas sem deixar de criar uma expectativa de futuro para que os cidadãos possam entender que uma gestão não pode ser voltada para o partido, mas para a sociedade. A questão impeachment teve a sua importância porque colocou uma nova ordem, mas não resolveu porque é o continuísmo do que é ruim. Michel Temer (PMDB) vai querer resolver problemas do Brasil arroxando a sociedade.
ac24horas – Agora uma pergunta que certamente os seus adversários te farão. As pessoas dizem que a sua candidatura está ligada ao candidato à reeleição do PT. Isso é verdade?
RV – As pessoas têm o livre direito de pensar. Só não aceito julgamento. Achei muito deselegante a candidata do PMDB, na Veja, dizer que a nossa candidatura representava um projeto de outra força política. Eu tenho um histórico que nenhum outro candidato tem. Eu tenho a certeza que o tempo dirá e provará quem está tentando me julgar. Eu tenho 30 anos de mandatos nessa cidade, tive um único emprego e nunca tive privilégios pelo meu trabalho. Sempre tive privilégios pelo que acredito nas pessoas, não para mim pessoalmente. Portanto, quem tiver pensando que a nossa candidatura serve para A ou B está enganado. Esse é o meu diferencial, não estou ligado nem a um e nem a outro, estou ligado ao que a sociedade pensa e quer. Sou alguém que pode promover a mudança com a responsabilidade e com a segurança que Rio Branco precisa. Nem na frente e nem no atraso, esse é o meu lema e a sociedade vai ver quem mente.
ac24horas – Candidato qual a sua mensagem para os eleitores de Rio Branco?
RV – Eu quero uma oportunidade, uma chance, para que possa tirar a obrigação do rio-branquense de votar em duas forças que quebraram esse país. Duas forças comprometidas com a corrupção do Brasil. As consequências ainda não chegaram ao Acre, mas quando chegar vocês vão ver o mal que se fez à nação brasileira, acreana e rio-branquense. Espero que nessa campanha não fiquem trocando acusações, mas que discutam a nossa cidade. Eu tenho uma esperança, de que como prefeito, possa mostrar às pessoas o que é realmente fazer uma mudança com responsabilidade e com zelo. Sou alguém que conhece a cidade e estou pronto para ser prefeito porque um dia sonhei com isso. Um sonho gerado pela indignação que foi criada pela má gestão de pessoas que chegam na prefeitura como se fossem os salvadores da pátria e depois tornam-se elementos totalmente despreparados para administrar. Os times que acompanham os candidatos adversários são frágeis. Portanto, a minha candidatura é uma opção para uma mudança verdadeira com a segurança da melhoria.