Entre os candidatos existem chances de ser eleito um agricultor e até uma dona de casa. Com 14.120 pessoas, município é o maior produtor de banana e café e tem a maior produção de leite do Estado, mas a população sofre com desemprego e falta de oportunidades.
O ac24horas começa a divulgar o perfil dos candidatos a prefeito em todo o Estado do Acre, onde foram registradas 2.294 candidaturas a prefeito, vice-prefeito e vereador. No geral, quem votar nas eleições municipais de outubro, terá, estatisticamente, mais chances de escolher um candidato do sexo masculino, branco, sem ensino superior, casado e de um partido que apoiou o processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, como PMDB, PSDB, PP e PSB. Das 22 cidades, em apenas dois municípios ocorrerá plebiscito: em Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, com PT e PMDB na disputa. No quesito profissão, as maiores chances são que o postulante a prefeito, vice ou vereador, seja um agricultor, funcionário público da prefeitura ou empresário.
Acrelândia, primeiro município com perfil de candidaturas analisada, dos quatro candidatos a prefeito dois são agricultores: Ederaldo Caetano de Souza, o Caetano, do PSB e Agrecino de Souza, o Gresso, do PDT.
Caetano tem ensino médio incompleto, apresentou um patrimônio de R$ 600.000, o segundo maior entre os candidatos. Natural de Catanduva, no Paraná, o candidato é solteiro. O outro candidato com profissão de agricultor, o Gresso, é casado, natural de Minas Gerais, apresentou um patrimônio de R$ 145 mil. Tanto Caetano como Gresso, têm candidaturas chanceladas pela Frente Popular do Acre. O PSB de Caetano coligou com PSL, PMDB e PRP. Já o PDT, de Gresso, formou aliança com PCdoB, PTN e PHS.
Uma dona de casa, Francisca Silva de Moura, também concorre ao cargo máximo do município. Francisca Basílio, como é mais conhecida, tem ensino fundamental completo, já concorreu em 2012 ao cargo de prefeita, não tendo sido eleita. É suplente de deputado estadual. Ela não declarou renda e embora utilize o mesmo slogan de campanha de Tião Bocalom, – produzir para empregar – a candidata não apresentou proposta de governo ao TRE-AC. Não há informações de seu patrimônio. Ela coligou com o PRB e DEM.
O mesmo ocorreu com Ariston Jardim, candidato pelo PSDB. Além de não apresentar proposta de governo, o tucano não declarou seu patrimônio. Ele é vereador desde 2012. Casado, Ariston concorre apenas com o PSDB, e embora se apresente como: “verdadeira oposição” não conseguiu coligar com os demais partidos. Ariston conta com o apoio do deputado federal Major Rocha.
Pelo PP, Djalma Pessoa de Oliveira é o que apresentou maior patrimônio, avaliado em quase um milhão de reais (R$ 973 mil). Empresário e vereador, Djalma é casado, tem 45 anos, já exerceu cargo na Mesa Diretora da Câmara do município e concorre com o apoio do partido que tem o senador Gladson Cameli como liderança.
Os desafios do novo gestor
Acrelândia é considerada a primeira cidade planejada do Acre. Foi elevada à categoria de município através da lei estadual n° 1.025, de 28 de abril de 1992, criado a partir do desmembramento de partes dos municípios de Plácido de Castro e Senador Guiomard.
Com o slogan de a Princesinha do Acre, Acrelândia alcançou um grande desenvolvimento agrícola e teve um aumento populacional significativo proveniente de migrações recentes oriundas do centro-sul e sul do Brasil.
Ficou mais conhecida através das diversas candidaturas majoritárias do ex-prefeito da cidade, Tião Bocalom (DEM), que na disputa dos cargos de governador e prefeito, exibiu durante o horário eleitoral gratuito, o município como vitrine de sua gestão e do projeto que planejou para o Acre.
Desde então, a parte administrativa do município passou a ocupar as principais páginas dos jornais com escândalos que apontam desde o desvio de recursos do Fundeb, até o uso indevido do erário público. O atual prefeito, Jonas Dalles, do PT, desistiu da reeleição depois de enfrentar um série de processos por improbidade administrativa. Atualmente, ele e a esposa Renata Martins, têm bens bloqueados pela Justiça. No último dia 17, Dalles foi afastado pela terceira vez do cargo, por 150 dias.
Setor produtivo ainda se destaca mesmo com números decadentes
Agricultura – Segundo dados do IBGE, existem 1.420 hectares de café plantados em todo o município de Acrelândia. O município aposta na colheita do grão para aquecer a economia local. A safra de 2016 prevê uma movimentação de R$ 12 milhões. A produção de banana não fica atrás, cerca de 800 mil a um milhão de caixas de banana abastecem o comercio local e são exportados para os estados de Manaus e Porto Velho.
Falta de investimentos – Segundo empresários locais e associações de produtores, o principal desafio para alavancar o setor agrícola e pecuário é o investimento na malha viária rural, uma das maiores do estado com 1.370 km, e ainda, na energia produzida para Acrelândia. As constantes quedas de distribuição prejudicam diretamente os produtores de leite.
Propostas dos candidatos para o setor econômico
O item 8 do Plano de Governo de Djalma Pessoa, do PP, trata da criação de uma cooperativa agrícola mista para implantação de novas culturas, Implementação das culturas existentes, industrialização e processamento da produção, aquisição de maquinas e implementos agrícolas, criação de feiras livre para as vendas dos produtos na cidade, fornecendo transporte em apoio aos produtores rurais.
O outro candidato que apresentou proposta de governo, o Gresso, do PDT, quer garantir a aquisição de gêneros alimentícios da merenda escolar de produtores locais e empresas locais. O plano tem como meta a implantação de Programa de extensão rural (Assistência técnica e distribuição de sementes) de acordo com a aptidão de cada povoado e ainda o estímulo à constituição de cooperativas e autogestões, por meio de cursos de capacitação voltados aos produtores rurais.
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