Dando continuidade à serie de entrevistas da coluna com os candidatos à prefeitura de Rio Branco conversei com o candidato da Rede de Sustentabilidade, Carlos Gomes (Rede). Ele tem 27 anos de idade, é assistente social e aluno da UFAC de economia.
ac24horas – Candidato por que o senhor quer ser prefeito de Rio Branco?
Carlos Gomes – Para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A minha geração tem a obrigação de deixar um legado positivo não só para Rio Branco, mas para o Acre e o Brasil. Eu tenho esse desafio que está nas mentes e nos corações de fazer a boa política e melhorar a qualidade de vida da nossa população.
ac24horas – Vencendo as eleições, qual seria o seu principal projeto para Rio Branco? E quais os seus desdobramentos?
CG- Educação em tempo integral. Eu entendo que não há transformação social se não tivermos uma educação de base com qualidade. Isso se reflete tanto na universidade pública quanto na iniciativa privada. Temos que potencializar a nossa juventude para termos um futuro diferente daquele que estamos tendo hoje. Mas se me perguntarem de que forma vou fazer isso? O orçamento do município está deficitário em função de uma crise econômica e política nacional, mas ainda assim é possível. Se a gente cortar gastos criamos receitas. A nossa proposta é reduzir em 70% os cargos comissionados da prefeitura de Rio Branco e investir essa receita nas áreas de saúde e educação que são prioritárias para atender a nossa demanda que é diferenciada. E tem outro viés. A gente vive atualmente uma onda de marginalidade muito grande. Então nós queremos disputar essa juventude em risco com uma educação de qualidade. Porque a lógica opressora do estado de militarização não representa os anseios da juventude e menos ainda dos pais e das mães de família que querem um futuro digno para os seus filhos. A gente priorizando a educação disputa a juventude com o mundo do crime, sem sombras de dúvidas.
ac24horas – Dentro do quadro de lideranças políticas acreanas em quem o senhor se espelha? Quem seria o seu ídolo na vida pública?
CG – Me espelho na minha liderança nacional, uma pessoa que, junto com tantas outras, fundou a Rede. A Marina Silva (Rede) é uma referencia para mim não só de vida, mas na área política e da contribuição que já deu tanto no âmbito nacional quanto internacional. Marina é um espelho não só para mim e para a Rede, mas para o conjunto da sociedade e das pessoas que acreditam que é possível fazer política de forma seria, honesta e com responsabilidade.
CG – Marina Silva, Toinho Alves e uma geração mais nova que acredita ser possível continuar sonhando e fazer uma política diferente. Temos as pessoas da universidade e pessoas simples do campo e da cidade que estão apostando na nossa forma de fazer política e na maneira da Rede se posicionar sobre os grandes temas locais e nacionais. Tem muita gente que está acreditando nessa proposta que estamos apresentando para a gestão de Rio Branco.
ac24horas – Você ganhando ou perdendo a eleição. Qual seria o desdobramento da sua vida política? Qual o cargo eletivo que você sonharia alcançar?
CG – Não trato da vida política como carreira. Mas um cargo que acho interessante na política local e pode contribuir não só para o Estado do Acre, mas para o Brasil como um todo é o Senado. Não tenho idade ainda para disputar essa vaga. Tenho 27 anos e isso só é possível com 35 anos. Mas visualizo no Senado uma forma de contribuir com o Brasil e o Acre.
ac24horas – Qual a sua opinião sobre o processo de impeachment da presidente Dilma (PT)? Se o senhor tivesse idade e conseguido se eleger senador, votaria como no atual processo em curso?
CG – A gente precisa analisar o mérito do processo que está em curso no Congresso Nacional. Sobram crimes tanto de responsabilidade fiscal como à concessão de créditos sem a autorização do Congresso. Esse é o mérito que está sendo discutido. Mas além disso, há outros crimes e a Lava Jato tem fartas provas de que a campanha vitoriosa da chapa presidencial Dilma e Temer foi financiada por dinheiro de corrupção a partir da Petrobras. Esse é o meu entendimento e o da Rede. Inclusive na reunião do elo nacional da Rede, que significa o diretório, a minha posição foi de que os crimes de uns não podem salvaguardar os crimes de outros. O Michel Temer (PMDB) também está arrolado, mas a gente precisa ver o que diz a Constituição no processo de impeachment. Pra mim sobram elementos que justificam o afastamento da Dilma. O mesmo vale para o presidente Michel Temer. Não considero que um é o problema e o outro a solução. Os dois são faces da mesma moeda. Ambos são responsáveis por essa situação que o país está passando. Nas ultimas gestões o PT e o PMDB estiveram governando o país com a presidência e a vice como se um não soubesse dos crimes do outro e não fossem coniventes. A política pautou essa aliança fisiológica. Mas o meu entendimento é que sobram crimes que justificam o impedimento definitivo da Dilma. Paralelo a isso, acho que o TSE está sendo muito conivente com a atual situação porque já há várias provas para condenar a chapa de Dilma e Temer.
ac24horas – Vou fazer agora uma pergunta que provavelmente os seus adversários te farão. A Rede é uma extensão do PT? É o partido que saiu de dentro do PT já que Marina Silva foi ministra do ex-presidente Lula (PT) e teve ligações próximas com o PT do Acre através de Tião Viana (PT) e Jorge Viana (PT). A Rede é ou não é uma extensão do PT?
CG – A Rede antes de ser um partido era um movimento de várias outras pessoas que queriam inovar a forma de fazer política. Pessoas que vieram do PSDB, do PT, do PSOL e do PC do B, seja da direita ou da esquerda, tradicionalmente falando. A Rede não é linha auxiliar de ninguém. A gente tem posição. Aquilo que é importante para o conjunto da sociedade tem o nosso apoio. Aquilo que não é a gente faz a divergência no mérito. Vou dar um exemplo. Em 2014, a Rede deliberou no Acre pelo voto ou nulo ou no Aécio Neves (PSDB) colaborando com a posição nacional da Marina. Então no segundo turno nós votamos no Aécio, diante de uma tática programática que era o compromisso com o candidato tucano. A Rede tem posição tanto que não apoiamos o candidato Sebastião Viana (PT) e nem o Márcio Bittar (PSDB) nas eleições ao Governo do Acre ou qualquer candidatura ao Senado no Acre em 2014. Se você analisar a nossa trajetória no Congresso Nacional, as nossas votações e o posicionamento da Rede no Estado irá confirmar que temos independência e posição. Essa falácia que somos linha auxiliar de A ou de B é uma tentativa de desqualificar a grandeza do debate política que a Rede tem feito nacionalmente.
ac24horas – Agora a mensagem sua e da Rede para os eleitores de Rio Branco.
CG – A nossa candidatura representa mentes e corações que mantém vivas a capacidade de sonhar. Que é possível fazer política de maneira seria, honesta e coerente. Num momento de profunda crise da representação política o maior desafio nosso é conquistar as pessoas. E a gente está fazendo isso no campo das ideias. Então de forma tranquila e muito humilde tenho a noção do desafio que é o processo eleitoral para a cidade de Rio Branco. Estamos disputando contra forças hegemônicas, mas a gente vai fazer o bom combate e apresentar os nossos propósitos. Não tenho dúvidas de que é preciso mudar, inovar e transformar a forma de fazer política. E a nossa candidatura representa tudo isso.
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