A coluna inicia a publicação de entrevistas com os candidatos a prefeitos de Rio Branco. Conversei com todos os quatro candidatos com perguntas parecidas no sentido de dar equanimidade e transparência aos bate-papos. As variações se referem às questões políticas que são especificas de cada partido. Essas matérias foram produzidas no sentido de colaborar com a democracia e dar mais subsídios aos eleitores na escolha do novo gestor da prefeitura da Capital.
A primeira entrevista é com o candidato à reeleição Marcus Alexandre (PT), 39 anos. Engenheiro civil, ocupou vários cargos de primeiro e segundo escalões nos governos de Jorge Viana (PT), Binho Marques (PT) e Tião Viana (PT).
ac24horas – Por que o senhor quer ser prefeito novamente de Rio Branco?
Marcus Alexandre – Em 2012, a gente construiu um plano de governo e trabalhamos muito. A gente tinha uma proposta. Naquele momento a gente conhecia a cidade, as ruas, as avenidas, os bairros. Quatro anos depois a maneira como a gente trabalhou na prefeitura me permitiu conhecer a alma e a essência da cidade, as pessoas, as comunidades e os seus desafios. Então esses quatro anos me trouxeram uma bagagem ainda maior de conhecimento. A chance que nós estamos pedindo agora é para concluir o nosso trabalho. Nós enfrentamos grandes desafios nesse período como alagação, crise política nacional, e agora, uma grande seca. Mas temos grandes resultados a comemorar e o que nós estamos apresentando à população é um plano de governo consistente para o segundo mandato.
ac24horas – Candidato Marcus qual o seu principal projeto para Rio Branco, caso vença a eleição?
MA– Sempre coloco que a principal ação de uma gestão é a educação. Então vamos continuar com essa prioridade. Tivemos nesse período a criação de 4.100 vagas para crianças até cinco anos, implantando oito novas creches. Temos mais cinco unidades em fase final de construção. Vamos atingir a meta das cinco mil vagas e buscar fortalecer cada vez mais a educação. E temos também o investimento na mobilidade urbana com as ligações de bairros como do Calafate à Via Verde, que estamos agora trabalhando. A da Praia do Amapá também com a Via Verde e a do Taquari. Temos a proposta de fazer do Calafate com o Universitário. O programa envolve duplicações e alargamento de vias e investimento em corredores de ônibus. Isso continuará tendo a nossa atenção. A prefeitura tem que cuidar do funcionamento da cidade que é a nossa prioridade. Eu citaria também a saúde. Depois de 23 novas unidades temos um plano de construir mais sete e implantar o prontuário eletrônico e com isso informatizar todos os procedimentos de saúde pública.
ac24horas – Agora vamos falar de política que é o objeto principal da coluna. Ganhando ou perdendo a eleição qual será o desdobramento da sua vida pública? Qual seria o seu grande sonho na política? Depois de ser prefeito, qual o cargo eletivo que gostaria de ocupar no futuro?
MA – Olha eu nunca imaginei que seria candidato a nenhum cargo eletivo, até 2012. Eu não sou da política, mas da engenharia. Eu estudei para isso e trabalhei a vida toda na engenharia. Já tem quase 18 anos que me formei engenheiro civil e tenho muito orgulho da minha profissão. Na minha condição atual de prefeito tenho todo o meu tempo preenchido para pensar em soluções para Rio Branco. Eu não vejo a política como uma ambição pessoal que você sonha em ocupar cargos. Pra mim a política é uma consequência do trabalho. Não tenho nenhuma ambição de ocupar outros cargos. Hoje minha missão é cuidar da cidade e se o povo renovar o nosso mandato vou continuar a cuidar da cidade sem pensar em ocupar outro cargo.
ac24horas – Então essas especulações de uma possível candidatura sua ao Governo do Acre o senhor não leva em consideração?
MA – Hoje não está no meu coração ocupar novos cargos na vida pública. Até porque como disse sou da engenharia e não da política e não pretendo fazer carreira política, mas sim dar a minha contribuição enquanto povo entender que devo ajudar.
MA – Eu acho que não tenho um ídolo na política. Porque a gente vai pegando o que cada um tem de melhor. Às vezes um tem mais habilidade na relação com o povo, o outra mais com a busca de recursos, mais habilidade nas relações com os partidos. Então a gente vai buscando o que cada um tem de melhor independente do partido que ele está. Eu tenho uma admiração pessoal pelo meu avô Alfredo que foi engenheiro a vida toda. Ele foi uma pessoa que mais contribuiu para que eu decidisse fazer o curso de engenharia. E o meu pai junto com a minha mãe que me deram honra, caráter, dignidade. Esses são meus ídolos, a minha família, minha avó que foi professora até os setenta anos. Acho que hoje a política está muito focada nas pessoas.
ac24horas – Nessa jornada os candidatos majoritários sempre têm os seus apoiadores. Quem são s principais apoiadores?
MA – Primeiro tenho uma gratidão muito grande porque nós temos uma aliança de 15 partidos da FPA. Essa união é que nos dá força para enfrentarmos uma eleição difícil como essa. Então primeiro os dirigentes dos 15 partidos. Claro que ter o governador Tião Viana (PT) ao nosso lado, por ser o político na posição de maior destaque no Estado, para mim é motivo de honra. O senador Jorge Viana (PT) os deputados Alan Rick (PRB), Cesar Messias (PSB), Angelim (PT), Moisés Diniz (PC do B), Sibá Machado (PT), Léo de Brito,(PT) ter os deputados federais, a maioria, ao meu lado e um senador e o governador, é motivo de honra e também de muita responsabilidade porque cada um tem uma biografia de serviço prestado à população.
ac24horas – Estamos vivendo um momento político delicado. O Senado está votando o processo de impeachment da presidente Dilma (PT). Qual a sua opinião sobre o impeachment?
MA – Primeiro tenho que externar a minha gratidão à presidenta Dilma (PT). Aprendi com a minha mãe a vida toda que a gente nunca pode tirar a gratidão do coração. A presidenta nos ajudou muito. Tivemos investimento em 23 unidades de saúde, em creches, em mobilidade. Em tudo isso tivemos o apoio do Governo Federal. Então tenho que ser grato. Assim que vejo. Não é bom para nenhum país o processo que o Brasil está vivendo. Na minha opinião, o desfecho do Senado é a consequência da votação da Câmara Federal. Dificilmente o Senado teria uma decisão contrária a da Câmara. Só espero que o presidente que assumir possa estar olhando para Rio Branco como a presidenta Dilma olhou e liberou recursos para o nosso município. Espero que o presidente Temer (PMDB), se confirmado, possa ter o mesmo olhar carinhoso e liberar recursos para a nossa cidade. Não é para o prefeito, mas para a população.
ac24horas – Agora, uma pergunta que certamente os seus adversários irão fazer. Por que na sua campanha foi abolido o vermelho e a estrela do PT?
MA – Essa questão da plástica da campanha eu deixei para que a equipe de marketing fizesse. O pedido que fiz é que fosse algo diferente. Acho que cada campanha tem o seu brilho e as suas cores. Eu represento uma aliança com 15 partidos em que cada um têm a sua cor. Tem a sua logomarca e o seu estilo. Eu pedi para a equipe que usasse cores alegres e mostrasse aquilo que a gente foi nesse quatro anos. Somente isso.
ac24horas – E qual a sua mensagem para os eleitores de Rio Branco?
MA – Esses dias me perguntaram como eu iria ser se continuar sendo prefeito. Eu respondi: a mesma pessoa. O que eu sei fazer é trabalhar. Dediquei a vida toda trabalhando e vencendo desafios. O que eu tenho a oferecer à população é a minha força de trabalho e a minha maneira de ser. Não mudei com a política e não vou mudar com a política. A população se votar no Marcus Alexandre vai votar no mesmo que conheceu. Trabalhador, dedicado, esforçado e com o seu jeito de ser, mas que tem um amor e carinho muito grande por Rio Branco. A minha gratidão é eterna por essa cidade e pelo povo que me acolheu nas ruas, nos bairros e nas comunidades. E o que tenho oferecer é a minha força de trabalho para enfrentar os desafios que Rio Branco tem. E quanto a campanha espero que seja de proposta e de ideias. Sem ataque à honra, à família. Que possa ser uma campanha que ofereça os elementos que o eleitor precisa. Porque o poder está na mão do povo.
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