Olheira, voz tremula, coração angustiado. Assim José Magalhães, pai do jovem Kennedy Magalhães – principal acusado de matar o cabo PM Alexandro, na última segunda-feira (15) – se apresentou para gravar entrevista exclusiva com o ac24horas, praticamente 72 horas depois dos momentos mais difíceis vividos pela família formada por professores, assistente social, pastor e gerente comercial. A trágica manhã do dia 15 de agosto ainda é um pesadelo que não acabou. “Minha família e a família do policial são vítimas. Meu filho é mais um perdido para as drogas”, afirmou o pastor.
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De fato, Kennedy Magalhães parece ter adotado o mundo das drogas como prioridade em sua vida. Filho mais novo da família, abandonou cedo o banco da escola para se aventurar em baladas e rotina diferente da adotada pela maioria dos demais irmãos. As fotos de seu perfil, nas redes sociais, deixam claro, que Kennedy ocupou seu tempo com um objetivo de fugir de algum estresse ou convívio mais social.
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O pai relata que todas as tentativas foram feitas pela família para tentar conduzi-lo no caminho do bem. Até um tratamento à base da raiz do arbusto Tabernanthe iboga, originário da África Central, do qual é extraído o alcaloide ibogaína foi patrocinado. Um especialista veio de Paulínia, em São Paulo, para tentar curar a abstinência “mas não deu certo, ele continuou nessa vida”, comentou José Magalhães.
Mesmo com esse histórico e com passagem pela polícia por porte ilegal de armas, o pai afirma que Kennedy nunca desenvolveu comportamento de violência dentro ou fora de casa. Ao contrário, teve muitos amigos, era carinhoso com as irmãs e nunca retirou nenhum objeto do convívio familiar para manter o vício.
“Ele não é esse monstro que estão passando para a sociedade. Magro, pequeno, 50 kg, nunca representou perigo nenhum para ninguém”, acrescentou.
Ao relembrar a cena do crime, em frente à sua casa, Magalhães disse que pediu muita calma o tempo todo. Ainda de acordo o pai, Kennedy voltava da Fundação Hospitalar quando teve seu veículo perseguido por Policiais. “Ele estava com medo de apanhar, por isso parou em frente a nossa casa, buscando proteção”, disse.
Medo de apanhar porque segundo Magalhães, no início do mês de agosto, o filho bateu em um carro de um policial e sofreu grave violência. “Ele escapou na porta da minha casa, esse policial só não fez me espancar, mas me desacatou na porta de casa. Eu e o Kennedy o denunciamos na corregedoria”, esclareceu.
O comando da Policia Militar confirmou o registro da ocorrência e garantiu que vai apurar rigorosamente a denúncia. A família faz questão de esclarecer que em momento algum vai de encontro as leis e regras constitucionais, mas sim que deseja justiça. Magalhães afirma que todos estão coagidos, ameaçados e aterrorizados.
“Uma viatura passa de instante, instante em frente à minha casa, quem entra e quem sai pela nossa porta passa a ser investigado. Não estamos dormindo. Eu temo pela minha vida, a vida de meus filhos”, denunciou.
Ao ser questionado sobre quais motivos levaram Kennedy tentar a fuga no dia em que sofreu a abordagem, Magalhães disse que o filho temia ser preso e apanhar. Evitando falar sobre o momento mais crítico da ação que culminou com a morte do Cabo PM Alexandro, ele pediu que a polícia técnica trabalhe com imparcialidade.
“Somos vítimas da violência de alguns policiais, eu quero que minha família tenha paz, nos sentimos ameaçados, coagidos e aterrorizados”, concluiu.
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