No mesmo período, a pasta, criada em 2010 pelo governador Tião Viana, custou mais de R$ 2,3 milhões ao contribuinte. Além disso, a secretaria autorizou a contratação de serviços, sob a rubrica “equipe multidisciplinar”, que atinge o montante de R$ 873.759,71.
Nos meses de maio e outubro de 2015, os prestadores contratados, que consistem em assessoria jurídica, assistência social e psicologia tiveram mais de um pagamento pelos mesmos serviços.
Consultada sobre a disponibilidade de profissionais do quadro efetivo do Estado para atender às necessidades da secretaria nessas áreas, Concita Maia afirmou que a exigência partiu do Banco Mundial, uma vez que as viagens ao interior do Acre, que podem durar até 15 dias, necessitam de dedicação integral. Ela afirmou ainda que os recursos usados pela SEPM são resultado de convênios com o governo federal e outras instituições que promovem políticas em defesa das mulheres.
Outro lado
Por telefone, Concita Maia disse à reportagem que o pagamento de diárias se justifica pela necessidade de deslocamento constante aos locais mais remotos do Acre, onde as mulheres não têm acesso aos serviços de atendimento do Estado disponibilizados nos centros urbanos.
A secretária também afirmou que todos os recursos utilizados no pagamento de diárias, fornecedores e prestadores de serviço são “carimbados”, o que significa que sua destinação é determinada pelo órgão financiador.
Concita assegurou ainda que há cerca de 32 servidores na SEPM, mas não soube determinar o número de comissionados. Apesar de se comprometer com a reportagem de informar por e-mail esses dados, bem como o valor do salário de cada um deles, os dados não foram fornecidos.
Mesmo afirmando possuir números mais recentes, e se comprometer a enviá-los por e-mail, Concita não o fez. A reportagem entrou em contato com ela via mensagem de texto, bem como com a secretária de Comunicação do Estado, Andréa Zílio, mas mesmo assim não houve providências.
Dois pesos e duas medidas
Sobre a atuação da Secretaria de Políticas Para as Mulheres em defesas apenas das feministas do PT, como já aconteceu, a secretária afirmou se tratar de “muita maldade” [de quem apregoa tal versão]. “São pessoas muito perversas. Todas as mulheres que nos procuram pedindo apoio recebem ajuda”, afirmou.
Indagada sobre o caso envolvendo a deputada Eliane Sinhasique, candidata a prefeita da capital pelo PMDB, caluniada nas redes sociais por um membro do PT, Concita desconversou: “Ela nos procurou, conversamos, mas Eliane nunca mencionou esse assunto”.
A ofensa à deputada, adversária de Marcus Alexandre, foi amplamente divulgada pela imprensa local.
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